Álbum: As plantas que curam
Géneros: Indie Rock
Rock Neo-Psicadélico
Tropicália
MPB (Música Popular Brasileira)
Lançamento: 1 de Outubro de 2013
Editora: Fat Possum
Minutos: 31:49
De Goiania, para o mundo, dizia Quim Albergaria do Vodafone FM, falando destes miúdos Fernando Almeida e Benke Ferraz, que ainda no liceu, criam os Boogarins, cansados de viver na sombra de lendas perto da Canarinha. Lendas essas que podiam ser reduzidas para uma: Os Mutantes, que, são responsáveis por não só serem um dos pioneiros do Rock Psicadélico nos anos 60, como também lideres de um dos melhores movimentos musicais nos anos 60: Tropicália, que criava a nova onda de MPB, mas com vários factores que ligavam a música Americana e Britânica, como uso e abuso de guitarras fuzz, ou mesmo explorações no Rock Progressivo.
Para quem ouve este fantástico "As plantas que curam", primeiro longa duração destes miúdos, pensa logo nos Mutantes, mas a verdade é que os Boogarins recriam esse som lindíssimo que era a Tropicália dos anos 60, num som característico, muito mais moderno e criam Pop Psicadélico extremamente "orelhudo" e etéreo, fazendo lembrar os Tame Impala. Mas a verdade é que não existe a mesma "limpeza" sonora que na banda Australiana, dado que muito do material ouvido neste álbum foi gravado em casa, em gravadores de 4 faixas, o que só valoriza mais o álbum, dado que não teve a mesmas técnicas utilizadas numa gravadora "Major".
Do inicio ao fim, "As plantas que curam" soam como uma incrível viajem, onde essas plantas que curam, acabam por parecer drogas alucinogénas, cujo seu efeito dura os 30 minutos de audição do álbum, e que sensação!
O álbum começa de forma perfeita logo com 4 faixas de enorme qualidade: "Lucifernandis", soa como uma brisa de ar fresco á medida que o vocalista (Fernando Almeida) sussurra no nosso ouvido "Lucifernandis, lá do Sul". "Erre", a segunda faixa deste quarteto fantástico, dá uma excelente utilização de guitarras fuzz e a barra de tremolo. "Infinu", mesmo só utilizando durante a maior parte da música apenas dois acordes, soa aos nossos ouvidos de forma hipnotizante e "Despreocupar", com aquele toque de Bossa-Nova, despertará a atenção do ouvinte.
A verdade é que depois destas quatro brilhantes faixas, o álbum perde o seu ritmo, ele tão preciso, mas não chega ao fim sem outra brilhante música, "Paul".
Mesmo feito em condições Lo-Fi, "As plantas que curam" não só é dos melhores álbuns do ano, como também tem tudo para criar aqui uma rivalidade com os Tame Impala. Neste momento são os Australianos que estão na frente, mas não há nada que um segundo álbum não possa resolver.
Faixas: (As faixas marcadas azul são as escolhas MontijoSound!)
- "Lucifernandis"
- "Erre"
- "Infinu"
- "Despreocupar"
- "Hoje aprendi de verdade"
- "Fim"
- "Doce"
- "Eu vou"
- "Canção Perdida"
- "Paul"
Muito obrigado pela resenha generosa Luis, esperamos que continue nos ouvindo, gostando e escrevendo (: Abraços!
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