sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Toda a gente gosta dos Postcards

Johnny Pina dos Postcards From Wonderland


O irreverente Hélder Menor 
Trio Juvenil do Barreiro é muitas vezes comparado a Wire, Ramones ou Sex Pistols, pela provocação e o choque... O minimalismo sonoro e a simplicidade lírica, o tom anarquista e o descontentamento político fazem das atuações de Postcards From Wonderlands um autêntico festim de cores, barulho e ruído grátis, tudo num tom de protesto. Abençoado por Nick Suave e a Hey! Pachuco, Hélder Menor, guitarrista e vocalista vive para a música, envolvendo-se numa série de projetos malucos, todos com a mesma finalidade: a música. Convivendo com músicos, produtores e técnicos de som, Hélder está inserido no seio da entusiasmante cena musical barreirense, onde vê passar todos os dias no Pouca Terra (Nick Suave) artistas como João Paulo Daniel (Beautify Junkyards), Cláudio Fernandes, Ernesto Vitalli ou Bruno Afonso (PISTA), Miguel Afonso (Bro-X) ou o próprio Nick Suave (Nicotine's Orchestra) que serve de seu patrão/mentor, onde Hélder ajuda no que for preciso: Ajudar a organizar eventos inventados pela muito amada na comunidade Hey! Pachuco, a estar no estúdio a produzir/gravar nos estúdios de Nick mas principalmente fazer Panque Roque: "Eu podia estar a falar de The Velvet Underground durante horas e horas e horas..", disse Hélder quando o conheci, mas não é nessa Nova Iorque baroque que Postcards From Wonderland vão buscar o seu som... O homónimo lançado em 2015 é cru e mínimo, como se pede aos punksters da nova era. "Pepsi Cola" ou "Canção do Puto" não fogem às temáticas mais díspares e aleatórias, mas no fundo não são esses os princípios do Punk? O genial é como essa estética é copiada a pente fino, dos três acordes previsíveis, a um estilo despreocupado e imaturo até aos trajes loucos usados em palco. Toda essa energia fez Postcards tocarem no Barreiro Rocks, o festival de referência na margem sul no que toca ao Garage/Punk, onde tocaram ao lado de nomes como The Sunflowers, Cave Story ou The Dirty Coal Train. No fundo o festival é criado sobre ideais de amizade, comunhão e um só propósito de divulgar um dos géneros mais negligenciados dos últimos anos, o Rock & Roll. Quem toca no Barreiro Rocks é catapultado para a superfície e isso é inegável. Sejas bom ou mau, se tocas no Barreiro Rocks é porque o teu Punk é audível!
Joana cantou "Bobby" como
Amy cantou "Rehab"
 Hélder é só mais outro jovem que vem a dar azo a um dos fenómenos mais prolíferos dos últimos anos: A nova geração de jovens que não conseguem estar parados, que querem fazer coisas acontecer, que querem tocar, que querem organizar, que querem promover... E tudo a custo zero, feito em casa com amigos e com um orçamento penoso (às vezes inexistente). Toda essa baixa fidelidade é compensada pela força de vontade em fazer barulho e fazer esse barulho chegar às bocas do mundo, através do poder do boca em boca.
 E o Punk Roque não é só o som, toda a gente sabe que aquilo que faz o Punk é a atitude! Por isso depois de ouvirmos "Song for Mandela" e depois de perguntarmos à Joana e ao Johnny o que acham de Punk, faço esta pergunta? Será que o Punk está mesmo morto? A resposta a essa pergunta: Não, o Punk está mais vivo que nunca.

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