Não nos esquecemos de vocês. Vamos imaginar esta transição como uma evolução. Nós somos um pókemon, passamos de pókemon regular para lendário. Ahah tou a brincar, não a sério obrigadão a toda a malta que nos acompanha desde 2013 não há razão para não continuarem a ler aquilo que escrevemos. Mudámos o nome do site e mudámos de casa porque isto de usar o blogger já não estava a dar. Querem saber uma coisa gira? No último mês,só no último mês chegámos às 10 000 visualizações. Vocês são incríveis a sério!
Olha se querem continuar a acompanhar o nosso trabalho podem visitar o nosso novo Indieota (ex Montijo Sound) aqui.
Os Mighty Sands cancelaram ontem o concerto que iam dar no Montijo no IndioeotaFESTAval. O vocalista/guitarrista/frontman Chaby Mendonça contraiu uma virose no dia 7 de Setembro. Relatos de colegas de bandas apontam para um caso grave, sendo que Chaby nem se conseguia levantar da cama: "Ele ontem ficou de jogar à bola connosco mas faltou e não disse nada", diz o amigo Manel lourenço (Primeira Dama), fundador da Xita Records.
Os Cave Story tocam no palco Montijo Sound à 01h10 no Time Out bar, no Montijo.
Em Setembro de 2015 Clementine lançam "Monga", single que antevia "Bobadela Demo Sessions", único cartão de visita até à data... Com faixas de qualidade inferior e latência superior saltou à vista uma atitude DIY-baixa fidelidade há medida que arranjavam melhores condições para gravar essas faixas...
Deram concertos, passaram pelo Barreiro Rocks, Caldas Late Night e já haviam assumido fortes relações com Pista ou Cave Story. Agora, sobre mão de Gonçalo Formiga (Cave Story), lançam "Tiger", segundo single para um novo trabalho que poderá estar a ser cozinhado na Hatsize Records (Cave Story, Eternal Champions). Embora ainda nada tenha sido anunciado, Clementine já tem uma setlist de 9 faixas que poderão ser gravadas a qualquer momento, mediante condições para tal...
O single é então gravado por Gonçalo Formiga e masterizado por Helena Fagundes. Riot Girls tocam dia 9 no festival Rama em Flor e dia 10 no IndieotaFESTAval e deverão apresentar esse single nos próximos concertos.
Dia 10 de Setembro o Palácio Sinel De Cordes é atingido por uma febre de música do mundo, psicadelismo tropical, Folk ácido e Sopa de Pedra? Uma caldeirada de música intelectual, fusão de conhecimentos, culturas, etnias, enfim... Uma utopia.
O festival prima acima de tudo pela sua consistência sonora, daí ser tão complicado extrair algum artista deste cartaz repleto de talentos e promessas. Pois então fazemos o derradeiro guia para quem está indeciso entre o Reverence ou o Indieota, para que acabem essas dúvdas (até porque este é outro nicho) vamos olhar à lupa todos os artistas que fazem este Magafest 2016 acontecer:
SELMA UAMUSSE
Cantora Moçambicana vive em Portugal e já revelou ser uma apaixonada pela música e pela sensação de pisar um palco. As músicas vibram e fazem vibrar qualquer plateia, com os ritmos africanos que não deixam ninguém estar parado, letras em línguas nativas e outros vários instrumentos que dão um toque exótico à sua música. De Maputo para Lisboa com amor. A dança é também outro ofício que domina na perfeição, deixando o público irrequieto e suado. As suas atuações são aplaudidas, a sua postura é seguida por imensas jovens africanas... Selma é uma Diva.
TÓ TRIPS & JOÃO DOCE
"Sons da ilha de Makaka e sons primitivos" como está escrito na descrição de "Sumba", que é na realidade uma fusão de gostos e influências, que roça o fado, a música tradicional africana/primitiva/das tribos, influências que são cozinhadas com profundidade e um conhecimento musical que não tem precedentes, cortesia de Tó Trips (homem de Dead Combo) e João Doce (Wraygunn), naquele que será um dos concertos mais escutados desta noite da estival Setembro.
NORMAN
Irmãos de Lisboa (João, Norberto e Manuel Lobo) gostam de Krautrock, experimentalismo, sinfónico, noise, sintetizadores e acordes lambírinticos e virtuosos exprimidos em instrumentais frenéticos mas ponderados... Último trabalho é de 2009 mas depois do concerto no MagaFest pode surgir a inspiração para um novo trabalho.
"Alexandre Rendeiro, Alek Rein, é um personagem. Não a sério, é um alter-ego criado pelo mesmo. Sendo ambos a mesma pessoa, Alek por Alexandre pode tornar-se na pessoa que quiser, pode moldar a personalidade que lhe apetecer e pode explorar as sonoridades que quiser. As far as he's concerned Alek Rein nem é um músico, talvez seja um contador de histórias... Pareço confuso certo? Também é o mundo de Alek, ao qual ele convidou-nos para entrar em 2010 com o EP "Gemini". Não nega as semelhanças com Mac DeMarco ou Kurt Vile, dois dos compositores mais insanos da nova geração indie, um deles um romântico incurável o outro um possível crackhead em rehab?" Irá apresentar "River of Doom", disco de estreia na íntegra, antes do seu muito aguardado lançamento na Galeria Zé dos Bois.
SOPA DA PEDRA
Grupo de Folclore/Música tradicional composto por jovens raparigas do Porto, que cantam em acapella num tom muito intimista e pessoal.
CARLOS BICA & JIM BLACK
Percussionistas do Avant-Garde Jazz, trazem esse mesmo experimentalismo e efusão, ditadas pelo contrabaixo de Carlos Bica e bateria de Jim Black, duas figuras respeitadas da cena Jazz americana/europeia. Vão apresentar "Azul", vinte anos depois do seu muito respeitado lançamento.
MADALENA PALMEIRIM
Velvet Pop matreiro e refugiado, enchido de instrumentos clássicos, ela mesmo multi-instrumentista prodígio. Madalena apresentará na íntegra "Mondays", disco de estreia que a faz dar uma tour em Portugal e que a dá reconhecimento quase Ibérico.
Os bilhetes para o MagaFest 2016 custam 20 euros e estão disponíveis nas plataformas TicketLine e LET.
A Sub Pop tem-nos habituado ao longo dos anos com bandas de uma fragilidade sonora imensa, abençoadas pela nebulosidade do íncrivel mundo da editora americana. Percursores influentes como "Metz", "I Love You Honey Bear" ou o mais recente "Depression Cherry"... Toda essa nebulosidade viaja ocasionalmente até à década de 70 onde os sintetizadores fundem-se de forma mais fluída com as guitarras reverberadas que a cada acorde mudam de tom e viajam para mundos paralelos, onde a repetição, as haunted samples proporcionam medo, ou pânico...
Phase Zero é mais um esforço revivalista que vem a sublinhar toda a importância que Innerspeacker viria a ter em toda a cultura psicadélica. Gravado na Califórnia em casa, Delt convida o ouvinte a entrar num mundo perturbado e autista repleto de constrangimento sonoro, esquizófrenia e ecos sintetizados numa sala cheia de reverb e delay infinito. Toda essa magia experimental e psíquica fazem lembrar Pink Floyd numa fase ambulatória, esse Garage não era tão audível desde Innerspeacker, no entanto a produção soa muito mais arrojada que essa estreia brilhante na terra de baixo, embora ambas gravadas em casa sobre condições absurdas.
O disco começa com "I Don't Wanna See What's Happening Outside" e aqui espelha-se de forma menos subtil possível tudo aquilo que Delt andou a "comer" ao longo da sua infância, começando pelo título longo, fazendo referência a "Come Down Softly To My Soul" de Spaceman 3, mas não é só no nome... A timidez vocal e o sintetizador Blue Velvet criam um clima introspetivo, a repetição de "I don't wanna" e o início repentino de "System of a 1000 Lies" acusam o flagrante progressivo e o mantra infinito, como se ambas fossem só uma canção.
"Another Person" é também uma canção épica de ternura melódica, exprimida e espremida na escolha de notas mais cuidada, refinada e encaixada na própria temática angelical da faixa, não deixando outra alternativa ao ouvinte a não ser escutar e desejar nunca mais acabar e quando por fim acaba solta mais haunted samples, deixando o ouvinte num estado de expetativa total. Isto é perfeição pop.
Essa expetativa é correspondida por 3 minutos e 47 segundos de espasmos melódicos, vidros sintetizados partem-se provocando "Sun Powers", um dos grandes momentos do ano. São nesses momentos mais díspares e experimentais que Delt revela-se um compositor astuto e sem medo de recriar todo esse pop psicadélico reinventado vezes sem conta por mestres do ofício como Beatles ou Pink Floyd, mas com um twist pessoal, moderno e só dele.
Phase Zero é uma estreia invejável espelhando todas as suas influências em 10 faixas hiperativas, esquisitas e ambíguas, que de forma mais subtil possível reúnem todos os discos clássicos de Pop Psicadélico feitos de 1960 até 2010 num só. Essa visão distorcida de Delt só se torna mais nítida a cada audição, até chegar a um estado de beleza descomunal e de grandeza pop.
Há partida podiam chamar louco a J Mascis ou acusar o génio do noise de ter uma crise de meia idade, mas "Give A Glimpse Of What Yer Not", sem soar a pretensioso de uma banda experiente que já conquistou tudo na sua era de ouro do underground americano (chegando até a ir em tour com os Sonic Youth em 1987), Dinosaur Jr. conseguem manter a sua frescura e o fator cool que os tornaram nessas mesmas lendas do underground. Mas há uma diferença, essa maturidade é mais palpável que nunca e J Mascis tem perfeita consciência disso, o que o torna mais frágil que nunca, mas mesmo nesses momentos mais sérios do disco como em "Be a Part" ou "I Told Everyone" J nunca dá a sensação de estar totalmente entregue a esta condição de midle age rocker, aliás, ele contraria muito bem qualquer estigma que possa haver da sua idade no rasgante "Goin Down" e no Punk Pop "Tiny", mas é na composição do primeiro que vemos códigos preliminares que J talvez possa estar a usar para tentar explicar algo: "I can't go more than a day, I can't face myself (...) Are you with me? Are you with me when I'm gone? Are you with me? Are you with me? Come along"...
O disco começa a ficar ainda mais darker, sempre com J a dar aquele falso sentido de hostilidade que dão graciosidade ao génio, "Good To Know" é uma vénia a toda a skill de Mascis, todos os riffs inventados desde 1984 até aqui, toda a história de Dinosaur Jr. acabam por vir parar a essa faixa. Depois o Doom "Walk for Miles", marca todo esse percurso da banda e a rouquidão sugere cansaço mas Mascis levanta-se e grita "Set my heart is too" e apercebemo-nos que Mascis bebe da fonte da juventude.
Para terminar nas refletivas "Lost All Day", a sensivelmente afetiva "Mirror" que começa com confissões de uma vida "I've been crawling around since I met you" e no refrão "Waste of Time" sugerem uma vida inteira em busca de algo inalcançável. Para terminar com "Left/Right" que podia ter sido um êxito indie rock se tivesse sido libertado de 1992 a 1996.
"Give a Glimpse Of What Yer Not" é um dos esforços mais dignos da banda. Na capa vemos um homem a equilibrar-se no cume da montanha... De certa forma Dinosaur Jr. têm feito isso ao longo dos anos, adaptando-se a tendências, géneros musicais, culturas, tecnologias... E tudo graças ao seu maior impulsionador que teima em viver como se ainda estivesse nesses loucos anos 80. Toda esse esforço em trazer esse bocado de underground para os tempos modernos tornam J Mascis imortal, aconteça o que acontecer.