segunda-feira, 13 de junho de 2016
Álbum da semana: The Glockenwise- Heat
The Glockenwise, para mim é uma banda especial e isso é inegável. Lembram-se há 5 anos atrás? Quando a Vodafone FM começou e junto dela viriam os primeiros novos avanços independentes? Eu lembro-me de ouvir "Beijing" (Sequin) ou "Time to Go" e "Bardamu Girls", os primeiros contatos que tive com a nova música punk portuguesa vieram dessas duas...
Heat é o terceiro avanço da banda de Barcelos The Glockenwise, aqui trazem um twist interessante daquilo que é o Rock & Roll ou Glock & Roll, como lhe quiserem chamar...
Aqui é tudo gente grande já não estamos a tocar para universitários bêbados, estamos a tocar no Restelo já, há medida que vemos essas ondas tornarem-se em algo inimaginável e impossível de prever em 2011: uma banda livre e solta, solta maturidade e cordas soltas, cordas de guitarra continuam a soltar-se em acordes mínimos mas já não é tão óbvio, talvez pela composição séria e ponderada. Cordas vocais soltam-se com firmeza e algum sentido de grandeza. "Time (Is a Drag)" arrasta-se num ritmo madchester em barcelos, o saxofone faz lembrar Beck em "Lord Only Knows" e os vocais mais soam a "preto" do Blues que "branco" do Punk! Um rock muito sofisticado mas garageiro nos momentos mais marcantes da faixa. Em "Tide" a banda continua a beber a sua fórmula vencedora de Pop Punk mas o disco vai-se tornando mais escuro, consciente, humano e profundo em "Up to You" ou "Try Hard", onde se nota mais melancolia ou inquietação... Antes de tudo isso "Heat" a música que dá nome ao disco vai servindo de protótipo desta nova demanda sonora. Em suma, Os Glockenwise, sem (ainda) se afastarem totalmente da sua icónica sonoridade que os pôs no radar, vão experimentando novas formas de fazer Punk sem o fazerem de forma 100% convencional e isso dá acidez ao som e alguma maturidade à banda, tudo isso adereços que poderão ser mais tarde referenciados num quarto disco de originais. Enquanto tudo isto acontece a banda dá um salto importante na carreira: de artistas para músicos, deixam de ser uma promessa e passam a cumpri-la.
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