Não perdemos a oportunidade e fomos atrás deles no Bistroteca 2015 para nos falarem um pouco sobre o projeto e explicarem-nos quem mais influencia o seu som anarquista e destrutivo no entanto inocente e quase melódico.
MS - Há quanto tempo é que os Leaf andam por ai a fazer estragos? (Risos)
LEAF - (Risos) Desde 2013 mais ou menos, talvez finais de 2012, foi mais ou menos nessa altura que começámos a ensaiar... Pode-se dizer que começámos em 2013...
MS - O som dos Leaf entrosa-se ou encontra semelhanças ao som dos Cave Story, ou o vosso som é totalmente independente a eles?
LEAF – É bastante diferente. É
assim nós sempre fomos bons amigos e houve uma altura em que nós andávamos a
jogar Magic (Risos). Jogávamos aquela cena num armazém lá nas Caldas, que era também a nossa
sala antiga de ensaios e começámos a tocar só os dois e correu bem, Fizemos logo quatro músicas nos primeiros dois dias...
MS – Como é que o definem então? (o vosso som)
LEAF – Não sei, é bastante complicado! É instantâneo! Nada planeado, altamente instintivo e as cenas
sempre foram assim entre nós os dois e é assim que passa para a música também.Por exemplo, o nosso processo de composição para o nosso EP surgiu bastante naturalmente: estávamos a jogar na nossa sala de ensaios (Magic) e tínhamos lá os instrumentos
todos e no meio de muitos jogos pensamos por alto “olha vamos mandar uma jam” e por acaso das
nossas primeiras Jams (Improvisações) surgiu uma das músicas do nosso EP , “We are te
heroes”, portanto foi basicamente de momentos totalmente aleatórios que surgiu a ideia dos Leaf, portanto se uma banda surge dessa forma pensámos que se calhar o nosso som podia sair assim também, o que já por ai torna muito díficil classificar, rotular ou defini-lo.
Leaf (live Act Bistroteca'15) |
MS- Agora falando de coisas gravadas... O quê que já têm ai fora lançado? Há discos fisicos ou por BandCamp? Falem-me do que têm gravado...
LEAF – Sim, nós temos um EP e um
split com os extintos Ocelot Kid, daqui do Montijo. Nós éramos grandes fãs deles
e grandes amigos do Rudolfo e do Fernando e a cena tinha de acontecer e
aconteceu. Esse EP é tipo o expoente máximo daquilo que os LEAF podem ser, que
é pegar nos instrumentos com os amigos e fazer aquilo na hora e já está, e é isso que
vamos apresentar aqui hoje também.
MS – Digam-me então uma coisa:
vocês consideram-se uma banda experimental? Gostam de fazer experimentações
quando estão em palco ou o vosso som é muito "certinho" e já muito bem planeado estruturado?
LEAF – É assim na nossa sala de
ensaios nós exploramos muitas coisas, se calhar é mais por aí que falas do
experimentalismo. Em palco sim, tipo já é uma cena tipo muito energética claro,
nós damos tudo em palco, mas já é uma cena mais tight um bocado mais elaborada.
MS – Como é que foi feito o
contacto entre a Bistroteca e os LEAF?
LEAF – Foi comigo na verdade (João), o
Rudolfo, ele tá a tocar com os Molthres e vinham cá tocar e pronto fez a
ponte claro e perguntou se nós queríamos vir também. Falou em voz da organização e
viemos através deles.´
MS – O que esperam desta noite, uma vez que o cartaz é bastante concorrido esta noite?
LEAF – É assim nós esperamos que
seja igual ou melhor á última vez que viemos cá tocar, que foi o melhor concerto LEAF de sempre! Tocámos na Tertúlia do Montijo e foi brutal! Foi altamente!
Foi a melhor cena! Hoje queremos repetir claro.
MS – Como se sentem? Hoje é Sábado em plenas festas populares de São Pedro, isto vai encher de certeza...
LEAF – Esperemos que o
pessoal adira, nós da última vez que viemos cá tocar não estávamos nada á
espera. E acabou por ser grande cena! Pessoal a fazer mosh e a cantar as
letras e nós não fazíamos a mínima ideia que o pessoal sabia. Esperamos que aqui seja tipo parecido ou melhor!
MS – Como é que é a vossa atitude em palco? Aliás, como é que vão encarar este público montijense?
LEAF – Á partida vai ser como
todos os concertos. Os nossos concertos começam como se fosse um ensaio entre
nós os dois. Vai ser bastante íntimo mas passado os primeiros dois minutos
vamos tentar puxar o máximo pelas pessoas, "soltar a franga" como se diz (risos)! Mas
sempre com um nível muito elevado e a um ritmo frenético que no fundo é o que se quer.
MS – O que acham de iniciativas como o MontijoSound, que tentam expor bandas em iniciação ou que precisam de mais visibilidade por parte do público? Falem disso um bocado...
LEAF – É crucial! Isto não há
assim tanto como se pensa. Fala-se que na capital há muitas hipóteses e muitas
oportunidades mas isso é falso. Não há assim tanta procura das bandas jovens. Eu
venho de uma cidade pequena, que é as Caldas da Rainha e nós fizemos parte de
um grupo de jovens que tentou puxar ao máximo pelas pessoas na nossa terra e mesmo assim
tornou-se complicado. Falta este tipo de iniciativas em todo o lado,
principalmente nestes sítios que são mais pequenos que as capitais. Se isto não
existe cai tudo… Nem sei... É super importante!
MS – Falem-me também da
importância da Bistroteca na divulgação de bandas jovens, que precisam de uma
plataforma. O quão importantes são para a música portuguesa?
LEAF – São muito importantes… São até um certo ponto, porque não por nossa
falta, porque os jovens vão sempre tentar publicitar-se uns aos outros e
portanto desde que haja esse "nicho" vai ser sempre uma iniciativa brutal e temos maior honra em fazer parte disto, mas depois há sempre o passo extra a dar
para atingir, vá lá, a popularidade, que está sempre ocupada por outros meios,
outra música que se calhar não merecia tanta atenção, ou que se calhar merece e
as pessoas dão mais atenção a ela, não sei, não é questão de ser inferior ou
não, é simplesmente diferente. e é uma iniciativa incrível e nós sentimos muito orgulho em estar aqui!
MS – Mandem então os vossos
cumprimentos para o MS e para a Bistroteca.
LEAF – É sempre um prazer estar
aqui no Montijo a tocar, temos aqui bastantes amigos! Bistroteca, força nisso!
Continuem o bom trabalho! Abraço para o MontijoSound, continuem a fazer magia e não percam a que vamos fazer hoje mais tarde!
Redação MS com os Leaf |
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