"Queráute" a ser tocado em casa de Pista, mais recentemente nas festas do Barreiro |
"Queráute" no Outfest, ainda com Nick Suave |
"Queráute" no Time Out (Montijo) |
O intuito progressivo e o mantra infinito, vocal hipnotizante e desconfortante... A voz rouca de Cláudio e Ernesto, enfraquecidas pela força da repetição incutidas na palavra... A verdade é que nos últimos concertos de Pista, Queráute tem-se tornado num dos momentos mais marcantes e memoráveis de qualquer concerto da banda. Alex D'alva Teixeira (D'alva) tem acompanhado a banda pela estrada, apoiando Cláudio nos back vocals. Essa presença e energia evidente de Alex colocam Quéraute num pedestal enorme. O público manifesta-se de várias formas, quer dizer, já vimos gente inconformada com o ruído insuportável, cabeças agitam em tom de concordância e consenso, corpos agitam-se com a inquietude do ritmo, já houve relatos de paralisia... Todas estas manifestações ocorrem de acordo com a gravidade da faixa, ora curta e convencional ora prolongada por um estado de espírito insolente. Toda essa atitude Punk é necessária para que a música seja tocada de forma mais crua e visceral possível.
No Super Bock Super Rock deste ano um grupo de pessoas baixa-se durante "Queráute", sobre a repetição da palavra e a descarga de adrenalina que envolvia o grande momento da explosão |
Essa prolongação carregada de feedback, dissonância, ruído branco (por vezes) e o habitual guincho vocal são alguns dos momentos mais marcantes de toda a cena underground atual. Para fotógrafas como Vera Marmelo, captar momentos tão incomparáveis como estes são só pequenas formas de homenagear este pequeno (12 minutos) monumento Punk chamado Queráute. Ao longo dos anos a faixa ganhará ainda mais importância e com o tempo influenciará outros rebentos a criar uma banda de Punk. Quanto a "Bamboleio", outros dos discos mais notáveis alguma vez feitos em Portugal, ficam dois sentimentos. O primeiro é o querer e a vontade de ouvir estas eternas faixas para todo o sempre, sem alguma vez nos cansarmos delas ou ficarmos saturados, seja no disco ou ao vivo. O medo que um próximo disco não soe igual a este, a tristeza desse facto. O segundo sentimento: O amor e confiança que sentimos por estes três pioneiros não nos dão outra alternativa a não ser confiar cegamente em tudo aquilo que eles fizeram e que ainda haverão de fazer em prol da música cantada em português.
Cláudio em busca do feedback durante "Queráute", com Alex D'alva Teixeira a fazer vibrar o público no Super Bock Super Rock deste ano |
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