quarta-feira, 27 de abril de 2016

Pós Time Out Sessions: Capitão Fausto


Olhamos em retrospetiva toda a música que o Time Out Bar tem para oferecer ao Montijo, semana após semana. Ou melhor, semana em semana...  22 de Abril de 2016 será um dia que será recordado por muitos anos... É que já não víamos uma casa tão cheia no Montijo sem ser nas festas Populares de S. Pedro! Não, não houve jogo de futebol esta semana: os Capitão Fausto pararam no nosso bar para apresentar temas do seu último muito aclamado disco "Capitão Fausto têm os dias contados"  e o MontijoSound esteve em cima do acontecimento, desde o momento em que entrámos naquele bar até ao momento em que saímos dele. Noite espantosa, dezenas de pessoas a encher o novo espaço de concertos do Montijo e como não podia deixar de ser um gig brilhante daquela que é considerada uma das melhores bandas portuguesas da atualidade. Vejam a nossa reportagem exclusiva!

Francisco, Tomás e Salvador a jogar basket
Eram 18 horas e 30 minutos,  nem um minuto a mais nem um minuto a menos. Apresentei-me no Time Out Bar à hora indicada para dar a entrevista, a Raquel tinha sido explícita, "Tens de estar lá exatamente às dezoito horas e trinta minutos, é a única hora que eles podem dar a entrevista".  Eu não ia ter coragem de entrar lá dentro sozinho e encarar os cinco homens que têm levado a bandeira portuguesa a outros patamares, discos de culto como "Pesar o Sol"  ou" Gazela " fazem de Capitão Fausto uma das bandas mais respeitadas da cena indie tuga.  Eu esses ouvi na íntegra, mas admito que não tinha ainda ouvido com atenção estas últimas faixas. Tive de esperar pelo Pedro e pela Catarina que não tardavam muito a chegar com as perguntas todas alinhadas que haviam escolhido dias antes, já para não falar do equipamento fotográfico de qualidade superior (just play along).
Da esq. Para a dir. Manuel, Tomás e Domingos durante o soundcheck

Já tinham passado 20 minutos desde a hora estipulada e eles ainda não tinham chegado...  Estava na hora de assumir o desafio sozinho. O amigo João Peres foi-me abrir as portas da casa (shotout para o Bruno Nogueira também), portas hipotéticas rumo ao além (citando Prof Jam). Cheguei ao bar estava o Tomás, o Francisco e o Salvador a jogar basket? No outro lado o Manuel e o Salvador ensaiavam algo, havia um clima de boa disposição (lógico que eu já tinha o meu sorriso esboçado há muito mais tempo). Passou o Domingos e deu-me um forte aperto de mão, antes já havia apertado as mãos dos jogadores de basket e do Manuel, que receberam-me sempre com um sorriso na cara e uma cerveja na mão. Recebo uma chamada e vou buscar o Pedro e a Catarina à porta do bar, estes irmãos que recebo com um abraço de grupo apertado. Estava na altura de começarmos a festa, mas como o Rock têm destas coisas, a banda ainda nem tinha feito o soundcheck e já eram 19 horas e tal....  O que é feito dessa entrevista?


Domingos Coimbra à esq.  com a nossa Catarina Soares

 Bem, ainda não tínhamos entrevistado os gajos e agora tínhamos outro problema: ir a casa buscar o recorder para a entrevista por culpa do esquecimento ou entrevistar sem material? O problema é que faltavam poucos minutos para as 20 da noite, hora em que o soundcheck acabava e eles iam jantar ao Castiço. Eu e a Catarina fomos a correr buscar a geringonça, mas a Catarina precisava de levantar dinheiro e acabámos por ser assaltados por um cigano que ali passava. O Rock tem destas merdas...
Entretanto o Pedro ligava para mim a saber onde estávamos porque a banda já tinha concluído o soundcheck e ia agora jantar (não os íamos chatear enquanto comiam não é)? Pensámos entre nós que iam demorar uma hora a comer, talvez pudéssemos entrevistá-los depois de jantar, seria um plano louco porque a entrevista estava marcada para as 18 e 30 e por esta hora estávamos já nós sentados à frente do restaurante, à espera, respeitosamente, que os Capitão Fausto acabassem de comer para podermos então conversar um bocado. Eram já 21 horas e pouco e chegávamos também à hora da verdade...





"A verdade é que a verdade nem sempre é verdade e o mundo ainda tem que crescer"

Dizem que o nosso Pedro teletransportou-se do Time Out para o Castiço, aqui vemos uma foto que capta Pedro durante esse alegado teletransporte

Bem, por esta altura já tínhamos estabilizado numa mesa que ficava em frente ao restaurante "O Castiço" onde eles jantavam, e as barrigas também já apertavam... Já tínhamos vivido um dia cheio de emoções e o concerto ainda nem tinha acontecido! O Manuel Palha vêm sentar-se connosco na mesa a fumar cigarros de enrola e falar abertamente de música, sem pretensiosismos ou essas bullshits que os hipsters às vezes inventam, estamos só a ter um conversa gira. Dj Genes na casa estava a passar Alex Chinaskee na rádio: "Sim, conheço o Alex, ele já me tinha oferecido o seu disco (Campo) mas ainda não tive oportunidade de ouvir, tens aí?", responde Manuel depois de lhe ter perguntado por Alex Monkey. Passa "Já não vivo" na rádio e D. João de Panado e outras malhas emergentes, o ambiente era favorável e esperou-se então pelo resto da banda que iria ser entrevistada...


Entrevista a Capitão Fausto

 Ora bem, eram já quase 22 horas e depois de alguns percalços do destino, lá conseguimos reunir os 5 mestres da música pop portuguesa, para um conjunto de perguntas divertidas e muito pouco formais. Sim podíamos ter feito as mesmas perguntas que toda a gente que os entrevistou já fez antes, no entanto queríamos algo diferente, queríamos divertir-nos a fazer as perguntas e queríamos também divertir um bocado a banda antes do gig, you know, libertar algum stresse, soltar um bocado a malta num clima familiar e de boa disposição e sinto que foi isso que conseguimos. Pusemos os capitães a divagar entre eles, colocámos situações hipotéticas em cima da mesa, satirizámos um bocado os força suprema: "Quem são esses?" questiona-se Tomás;  "Isso é algum tipo de movimento ou banda ou assim? Isso é uma editora? Fica onde?", quase, satiriza Manuel.
 O tempo voou, só faltava tirarmos uma foto de família e estávamos prontos para regressar ao sitio onde tudo ia acontecer, o Time Out.

Foto de família. Ora bem,  pela sua respetiva ordem: Salvador Seabra aka El Capitan Salvador, Catarina Soares (MS), Luis Teixeira (MS), Tomás Wallenstein, Domingos Coimbra e por baixo dele Pedro Pereira (MS), Manuel Palha, António Branco (um grande abraço) e o icónico Francisco Ferreira homem dos synths

São 22 horas e meia quase, chegamos ao recinto e encontramos um mar de hipsters, posers, stoners, miúdas giras da Arroio... Perdi a Catarina por instantes, que liga-me minutos mais tarde a dizer que foi buscar cerveja. O Pedro estava com a namorada (shotout para a Mada) e nem falava com um gajo...  #falsotropa. Havia gente para todos os gostos e feitios, malta a pré-reservar o bilhete dias antes, imensa gente a comprar bilhetes para ver Capitão Fausto em primeira mão "Capitão Fausto têm os dias contados", e posso garantir que foi um dos melhores concertos que o Montijo já viu em muitos anos. Encontrei o Salvador na casa de banho dos homens e perguntei com toda a honestidade do mundo: "Era preciso ter Capitão Fausto a tocar no Montijo para isto voltar a ser uma cidade de novo?", responde ele "Não sei meu, posso mijar?"  Estou a brincar, mas que Deus ou o Sponge Bob abençoe o Time Out que vêm fazer algo que até aos tempos de hoje ninguém foi capaz de fazer aqui: Oferecer noites inesquecíveis de semana em semana. E que noite foi esta!  Querem que vos descreva o concerto? Que comprassem o bilhete e fossem ver estes senhores tocar...

Capitão Fausto live@Time Out Montijo
 
Vá tomem lá a setlist do concerto:
1.Morro na Praia
2.Batalha
3.Litoral
4.Dias Contados
5.Corazón
6.Santa Ana
7.Tem de ser
8.Ideias
9.Semana em semana
10.Maneiras Más
11.Alvalade chama por mim
12.Amanhã tou melhor
13.Nunca faço nem metade 
14.mil e quinze
15.Supernova
16.Zécid
17.Verdade
Capitão Fausto






Time Out Sessions






Agradecimentos:
Capitão Fausto
João Peres
Bruno Nogueira
FaceBurguer
Cigano
TimeOut Bar Montijo
MontijoSound 2016

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