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segunda-feira, 30 de maio de 2016
Álbum da semana: Car Seat Headrest- Teens Of Denial
É muito fácil banalizar quase todas as bandas Indie do momento. Difícil é, com toda a honestidade e rigor, destacar uma cujo a letra seja tão (ou mais) divertida de aprofundar como é toda a mecânica e engenharia de som, por vezes muito levadas a sério por bestas da cena (My Bloody Valentine, Pavement)...
Divertido tornou-se, também, analisar a fundo e dar crédito merecido a um compositor de 22 anos, cujo seus contributos na cena Punk/Indie têm sido banalizadas, até agora... Até ele mesmo pareceu banalizá-las ou não levá-las tão a sério depois do low cost "Teens in Style". Tudo audições aceitáveis não me levem a mal, estamos a falar da Matador Records (Sonic Youth)... Porquê divertido?
Em "Teens of Denial" vemos Will mergulhar de cabeça numa piscina do tempo onde regressa a todos os seus desgostos e poços de adolescência, e agora olha para eles como se tratasse de uma brincadeira, retratando-os de forma mais simples, no entanto, marcante possível.
Música minimalista no seu máximo esplendor: Os vocais de Toledo fazem regressá-lo no tempo sim, numa constante troca de cordas vocais entre Casablancas e Flowers, como se ambos estivessem a ditar últimos pensamentos. Aqui Toledo revela-se um compositor instável e com traumas pós-adolescência/vida jovem adulta, que podem ser ou tão facilmente identificáveis como em "Just Wanted/Just What I Needed" ou mal encaradas como em "Drunk Drivers/Killer Whales", mas tudo isso deixa de importar a partir do momento em que Toledo mostra-nos resiliência e uma eterna melancolia na ultrapassagem desses episódios que ele mesmo insiste em retornar. Importante relembrar que este foi gravado num estúdio e não num gravador de quatro pistas, produzido por Steve Fisk... Enfim, tudo aqui soa a legítimo.
Em suma, "Teens of Denial" é um disco conceptual raso e de penetração fácil, mas não precisava de ser profundo: em poucas palavras Will resume a sua adolescência sem parecer minimamente arrependido, uma verdadeira transição do hobbie para a profissão, do desarrumado para o organizado... Uma caminhada verdadeiramente triunfante.
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