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domingo, 5 de julho de 2015

Entrevista exclusiva a Evict: "Prefiro um grupo a tocar comigo mas sinto que este projecto é demasiado meu para ter pessoas a bordo"

Dividido entre o Porto e Lisboa, Evict é um projeto independente, livre de rótulos cujo seu criador Afonso Ferreira é um homem apaixonado pela eletrónica experimental, sempre explorando as contingentes mais ruidosas do seu som e atravessando todas as barreiras musicais possiveis. Numa breve conversa com a MS, Evict fala-nos um bocado da sua sonoridade complexa no entanto, de desbloqueio possivel, sempre com a humildade e honestidade que o trouxe até aqui.

MontijoSound- Evict é assim um projeto de quanto tempo?

Evict- Assim coisa de meio. No início era só Afonso Ferreira mas decidi mudar o nome para Evict e a cena ficou.

MS- És de onde?

Evict- Sou do Porto, mas vivo em Lisboa.

MS- Entre Lisboa e Porto quais são as diferenças culturais? São dois pesos pesados...

Evict- tipo, o meio de divulgação no Porto é bastante mais rápido que em Lisboa acho. Consegues apresentar muito rapidamente o teu projecto em qualquer lado e isso é muito fixe.

MS- Evict é a solo... Sentes a necessidade de tocar sozinho ou Evict não é uma banda por escolha própria? O que preferes?

Evict- Sem dúvida que prefiro um grupo a tocar comigo, mas este projecto é demasiado meu para ter muitas pessoas a bordo (risos).

MS- Em termos sonoros, em que é que consiste o som de Evict?

Evict- Musica ambiente experimental. Também gosto de mexer com camadas de noise. Uma cena mais eletrónica, coisas que depois posso aplicar noutros ofícios, como pinturas ou curtas...
Evict durante o concerto

MS- Em que bandas/grupos te inspiras?

Evict- Tim Hecker, Ben Frost...

MS- Tudo numa linha experimental...

Evict- Sem dúvida, tudo na mesma linha que o meu som. Muito piano, lógico que também há sintetizadores. Mas acima de tudo pianos com muito reverb, para criar ali uma atmosfera bastante própria e muito característica.

MS- Tens encontrado dificuldades em trabalhar e produzir sozinho?

Evict- Não porque quem trabalha na minha musica sou praticamente eu sozinho. Consigo ali uma ou outra ajuda externa, mas quem mexe diretamente no som de Evict sou eu e acho que não ia querer de outra maneira. Tenho um gravador emprestado de um amigo, e de vez em quando vou para a praia ou ao campo gravar som, captar ambientes e é daí que o meu som vai fluindo.

MS- Achas que o teu som se encaixa neste cartaz Bistroteca? É um cartaz variado que vai desde o hardcore, até á musica experimental, até texturas mais pesadas...Encaixa?

Evict- Duvido (risos). Não sei se encaixa, mas também é giro porque permite testar até onde o meu som som pode ir e até onde pode atingir pessoas habituadas a diferentes sonoridades.

MS- Tens tido um bom feedback?

Evict- Tem sido pequeno, mas tem havido ali um feedback sem dúvida . Também partilho bastante e depois as pessoas partilham. Tenho á venda no Bandcamp dois EPs e um single e os números até têm sido engraçados portanto as coisas vão acontecendo.

MS- O quê que acham de iniciativas como o MontijoSound? Que importância podem vir a ter na cena musical portuguesa?

Evict- Fui introduzido com o site à pouco tempo, também apareci no cartaz tarde... Mas acho que tanto o MontijoSound como o Bistroteca podem vir a ter um grande impacto porque dão oportunidade ás pessoas de conhecerem novas sonoridades e novas bandas e isso é sempre bom.

MS- Então manda os teus cumprimentos!

Evict- Olá, sou o Afonso Ferreira ou Evict (risos) e estou aqui na Bistroteca 2015! Abraço para a organização, para o Montijo e para o MontijoSound e continuem o vosso trabalho fantástico!


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