Chegámos à reta final, a altura de todas as decisões! Qual vai ser o melhor álbum de 2014? Primeiro vamos começar de onde acabámos...
10º: Black Keys- Turn Blue
É de louvar a coragem que tiveram em sair da sua zona de conforto, para territórios hosteis e algo macabros.
No entanto, e mesmo com essa brusca mudança sonora, no que toca a música eletrónica não é das melhores coisas que ouvimos este ano...
9º: Sensible Soccers- 8
Hipnótico. Nunca esperei ver uma banda portuguesa fazer psicadelismo tão "marado" como este. Os vocais intérditos são afogados por um mar de teclados e guitarras, fazendo deste álbum talvez o primeiro português com ideologias Dream Pop. No entanto, e como já se era de esperar de um álbum tão complexo como este, a audição é tudo menos fácil.
8º: FKA Twigs- LP1
Em LP1, Twigs liberta todas as suas ondas de sexualidade e sensualidade em temas Pop altamente intimistas, inventando sozinha a geração Nu-R&B. Este era um dos álbuns mais antecipados do ano, e como se não bastasse corresponder a essas expectativas, torna-se numa das estreias mais brilhantes de sempre.
7º: The War on Drugs- Lost In The Dream
Não me julguem por colocar este álbum nesta posição, mas, mesmo sendo quase perfeito, demora bastante tempo a que "a lenha faça fogo", e no meu caso, o fogo só começou a ateiar depois de uma 2º ou 3º audição, e isso para mim nunca é bom.
6º: Temples- Sun Structures
Prova viva que no Século XXI o bom Pop Psicadélico não têm de vir inteiramente da Austrália, no entanto, os pontes fortes desta excelente estreia torna-os também nos mais fracos: O álbum esforça-se tanto para ser semelhante a um álbum psicadélico britânico de anos 60 que acabamos por não descobrir a verdadeira identidade da banda.
5º: Los Waves- This Is Los Waves So What
De longe para nós, o melhor álbum nacional do ano. So What é diverso sem nunca perder o seu rumo. As composições profundas e obscuras são perfeitas para quem gosta de desfragmentações complicadas. Os riffs solarentos fazem lembrar um psicadelismo tropical de anos 60. Os vocais entre melodias pop dão um toque descomplicado ao álbum. Deverá ser impossível para os Los Waves repetirem uma experiência tão boa quanto esta, tendo em conta o quanto este álbum foi aguardado, no entanto, se conseguirem essa proeza, um 5º lugar poderá já ser muito baixo...
4º: St. Vicent- St. Vicent
A imagem na capa diz tudo: St.Vicent sentada no trono, afirmando-se como uma diva imergente da música pop contemporânea, misturando Art Pop com Noise ou qualquer outro tipo de experimentação. As suas líricas sarcásticas e altamente superficiais tornam-na numas das compositoras mais faladas da cena Indie.
3º: Ty Segall- Manipulator
Com este álbum, Ty Segall deixa de ser uma promessa e torna-se numa lenda do Indie Pós-Moderno. Neste momento, não deverá haver artista mais hóstil com uma guitarra do que Segall, no entanto, não usa a distorção de forma desmedida, desgastando-a. Em vez disso, mistura ideias de composição Pop em sonoridades garageiras Punk, tornando o álbum absolutamente único.
2º: Metronomy- Love Letters
Não há melhores composições Pop que neste ábum. Os Metronomy conseguem obras-primas atrás de obras-primas graças ao poder de composição do grupo e mais: cada membro do grupo complementa-se de forma perfeita.
1º: Mac DeMarco- Salad Days
Não há palavras que descrevam este álbum. Eu às vezes pergunto-me como é que um hipster-amante-de-Rock-N-Roll-viciado-em-cigarros-Viceroy é capaz de no seu sotão ao qual ele chama Jizz Jazz studios escrever as músicas bonitas que alguma vez tive o prazer de ouvir.
Com o tempo, Salad Days tornar-se-á num mito, tempo esse que fará Mac DeMarco uma das mentes mais brilhantes da música após Bob Dylan.
Chegamos ao final do ano, e como não podia deixar de ser, o MontijoSound escolhe os melhores álbuns do ano.
Em destaque os Temples, Mac DeMarco ou Metronomy. A grande pergunta é quem fica em que lugar? Quem sucede aos My Bloody Valentine e torna-se no melhor álbum de 2014 Pela MontijoSound?
Apertem os cintos, a viagem por 2014 começa agora.
20°: D'alva- Frescobol
Simplesmente demasiado para alguns...
Mas a verdade é que um constante ataque a sintetizadores irados e vocais melódicos R&B confirmam os D'alva como os novos menininhos de ouro da música Pop portuguesa.
Talvez com um grande segundo álbum, possam subir alguns lugares nesta lista. ..
19°: Foxygen- And Starpower
Pop suave e de descodificação fácil. São estes os ingredientes que fazem deste um dos melhores álbuns do ano. Não sobe mais lugares porque para alguns, poderá ser simplesmente aborrecido.
18º: Perfume Genius- Too Bright
Profundo e altamente espiritual. Em Too Bright ouvimos alguns dos temas mais intimistas do ano, para tornar Mike Hadreas num génio da nova era da música Pop espacial.
17º: Lykke Li- I Never Learn
Lykke Li traz-nos um Pop eletrónico frio, congelado, muito característico de bandas de países Nórdicos. Essa fórmula não cansa, e é de louvar o gigantesco esforço em inovar, seja em termos sonoros ou em termos de composição.
16º: Sharon Van Etten- We are There
Á simplesmente qualquer coisa de poético em Sharon Van Etten. Há uma grande áureola de dramatismo cinematográfico em torno da sua música. Essa deprimencia sonora só torna este albúm ainda mais belo. Ainda mais único.
15º: Interpol- El Pintor
Desde a sua estreia absoleta (Turn Of The Bright Lights 2002), já não viamos há bastante tempo os Interpol fazerem um esforço mínimo para recriarem esse som brilhante do Pós-Punk Revival de novo milénio. El Pintor é um passo para a frente, mas depois de tantos passos dados para trás, ainda não confiamos totalmente...
14º: Real Estate- Atlas
Meninos de ouro da música Indie Norte-Americana, são daquelas bandas que daqui a algumas dezenas de anos serão consideradas de culto, mas Atlas é muito parecido a tudo que já ouvimos deles.
Deixam também "Primitive", um dos melhores temas do ano.
13º: Future Islands- Singles
Depois de constantes esforços eletrónicos, quase para-pista-de-dança-orientados, os Future Islands arriscam tudo que têm numa nova personalidade Pop muito influenciado pela New Wave e depositam todas as suas esperanças no icónico vocalista Samuel Herring, que aqui sobressaí como nunca. Arriscaram e adivinhem? Ganharam.
12º: Capitão Fausto- Pesar o Sol
O primeiro álbum já tinha sido bom (Gazela), mas é este que torna finalmente os Capitão Fausto imortais. Hinos Pop Psicadélicos em português hoje é raro encontrar, principalmente com a consistência destes.
11º: Tune-Yards- Nikki Nack
Eclético, divertido e altamente contagiante, é assim a viagem por este álbum, há medida que as Tune-Yards dão-nos a conhecer a sua visão distorcida de música Pop.
É verdade. O MontijoSound teve o grande prazer de entrevistar os grandes, os magnificos... Los Waves!
Porquê grandes? Magníficos sequer? Grandes porque conseguiram proezas maiores num EP que uma banda num álbum, e magníficos porque depois da proeza do EP, conseguiram um álbum simplesmente magnifico.
No ano passado "I Got a Feeling" teve a honra de ser considerado pelo nosso site como o single do ano, e senhores, no que toca a álbuns, não prometo a "This Is Los Waves So What" menos que um lugar nos 5 primeiros.
Descontraídos, alegres e sempre com um ar bastante hippie anos 70. Foi neste tom que responderam às perguntas que enviámos, onde desvendaram mistérios que à muito ansiáva-mos serem descobertos...
Vamos descobrir?
Montijo Sound- Desde já muito obrigado pelo tempo que disponibilizaram a responder a estas perguntas e pessoalmente, quero dizer-vos que sou muito vosso fã, e espero que me continuem a dar razões para o ser.
Los Waves- Muito obrigado, e esperamos não desiludir (risos).
MontijoSound- Antes de mais, sendo o José português e o Jean River de Londres, como é que vocês se conheceram?
Los Waves- (Muitos risos) Nós somos os dois portugueses, o Jean River foi uma brincadeira que tivemos durante um dia ou dois no facebook em que trocámos os nomes dos membros da banda e fizemos uma tradução de Jorge Ribeiro para o inglês- Jean River- (Risos). Por sorte ou azar, nessa janela de dois dias houve um jornal ou publicação a escrever artigos sobre nós e tiraram essa info do Facebook. A partir daí começou a aparecer o nome Jean River, agora nem sabemos se havemos de assumir o nome ou não! Nós conhecemo-nos nas Caldas da Rainha, eu (Jorge) ouvi dizer que em casa do Zé se ensaiava e tocavam-se covers de músicas dos Nirvana, tinha comprado uma guitarra há um mês e parecia-me extremamente apelativo. Começei a ir lá ensaiar e ao segundo já estávamos a trabalhar em originais, o que acabou por se tornar bastante aborrecido para a malta que lá ia antes de mim, e acabou por sobrar só eu e o Zé.
MontijoSound- Porquê divulgar, ensaiar e gravar em Portugal e não em Londres onde estiveram, sendo um sítio bastante mais desenvolvido culturalmente?
Los Waves- Fomos para Londres porque algumas editoras e managers entraram em contacto connosco e que se a colaboração fosse para a frente não nos teríamos de preocupar com a divulgação. Passados alguns meses as coisas acabaram por não funcionar porque todos queriam tornar o nosso projeto num act eletrónico, tipo Dj Set, o que não era mesmo o que queríamos. Acabámos por ficar por nossa conta e foi aí que começámos a dar alguns concertos e a obter resultados do nosso trabalho. Ou seja, tudo o que podemos fazer da divulgação por nossa conta, fizemos, o resto era simplesmente demasiado caro, não tínhamos esse dinheiro, aliás, mal dava para sobreviver na altura, andávamos sempre a pé, às vezes durante horas para conseguirmos poupar algum dinheiro, mas foi neste processo que conhecemos várias pessoas que acabaram por trabalhar connosco, por exemplo, em pitchings para a televisão. Na verdade não estávamos a pensar em investir em Portugal no início. Viemos para Portugal de férias em Dezembro, porque basicamente em Dezembro e finais de Janeiro a indústria musical pára completamente, e nessa altura enviámos a nossa música ao Henrique Amaro e ele basicamente quis editar-nos na Optimus Discos e rapidamente surgiram convites para tocar em vários sítios, e fomos adiando aos poucos a nossa viagem de volta para Londres há medida que foram surgindo oportunidades maiores nesse ano (Milhões de Festa, Paredes de Coura, etc.)...
"Na verdade, no início, não estávamos a pensar em investir em Portugal..."
MontijoSound- O vosso processo de escrita é um processo demorado e complexo ou livre e relativamente rápido?
Los Waves- Pode-se dizer que é tipo um puzzle, nós trabalhamos muito separadamente... Raramente, ou nunca fizemos uma jam, daquelas de ambiente descontraído onde se bebem cervejas e se convive, foi sempre tudo muito encarado como um projeto legítimo do que propriamente um grupo de amigos que se junta para tocar. gravamos muitas partes e muitas ideias e no fim tentamos que elas naturalmente se encontrem e se casem eventualmente, o que normalmente acaba por acontecer de uma forma muito fluída.
MontijoSound- Por exemplo, vocês sentam-se e fazem um brainstorm de ideias e depois encaixam na letra essas ideias ou pegam numa caneta e escrevem a primeira coisa que vos vier à cabeça?
Los Waves (Jorge)- No que diz respeito às letras, vou escrevendo ao longo dos meses bastantes coisas num caderno, a maior parte delas de forma bastante intuitiva. Em muitas poucas ocasiões escrevi coisas a saber muito bem o que queria.
Tudo parece vir dum lugar que existe numa outra dimensão qualquer flutuante à qual bebemos letras, ideias, músicas... Parece acontecer com tudo. Como se tudo já existisse e nós só nos encarregamos de trazer isso para o mundo físico. Como normalmente as melodias de voz vêm antes da letra em si, tento mais ou menos ver o feeling da música e para onde a queremos levar e ver que textos se encaixariam melhor e a partir daí moldar o texto à melodia.
José Tornada (à esq.) e "Jean River" (à dir.)... Os Los Waves
MontijoSound- Normalmente qual é o principal tema de uma canção vossa?
Los Waves- No início tinham muito a ver com uma temática mais mística, metafísica, holística... Com uma viragem mais Rock tornaram-se mais urbanos, mais emocionais, mais a ver com pessoas e relações, dessa parte não dá mesmo para escapar (risos)!
MontijoSound- Sendo que considero "Got a Feeling" a banda sonora do meu Verão 2014, eu tenho de saber, do que é que fala a música? No videoclip eu vejo um grupo de rapazes a terem "The Time Of Their Lives!", mas há pessoas que interpretam a música como sendo simplesmente uma música de amor, mas eu gosto de pensar que a música fala de algo muito maior que isso... Repetindo a questão, do que fala a música?
Los Waves- A "Got A Feeling" fala basicamente da caminhada da humanidade rumo a um estado de maior consciência e espiritualidade: "Endless Twirling Snakes" significa o infinito e os ciclos infinitos do universo (ouroboros), e claro o refrão "We Got a Rush That's Guiding us Towards The Light", que fala também do perigo que é entrar nessa "modinha" da espiritualidade que agora parece estar em voga e que pode também tornar-nos muito apáticos e menos humanos para com quem nos rodeia: "I Know You're Longing, But There's So Much To Do Baby", no sentido que há muita coisa a acontecer à nossa volta que precisa de acções pequenas, físicas, palpáveis, físicas, contrárias aquela atitude estado de transe espiritual, de que tudo está bem e energia positiva e blá blá blá... No fundo um estado de alienação, cujo é preciso balancear estas duas coisas...
Los Waves- Got a Feeling
MontijoSound- Uau, essa foi profunda... A vossa música psicadélica solarenta é feita para uma só estação ou para todo o tipo de ocasiões?
Los Waves- Diríamos que é feita para todas as ocasiões, durante o Verão para aproveitar o sol, ao ouvir no no carro ao ir ou vir da praia ou mesmo durante o Inverno para ajudar a passar o frio e pensar já no próximo Verão seguinte!
"Raramente escrevemos letras a pensar exatamente no que queremos..."
MontijoSound- Para quem escrevem as vossas canções? Em quem pensam?
Los Waves- Tentamos manter um equilíbrio saudável entre escrever para nós mesmos e escrever para uma ideia abstrata de público, ou seja, escrever com uma preocupação que nos faz ser mais exigentes, como gostamos de trabalhar as músicas mais em forma de canções, escrever de uma forma friendly acaba por nos ser a nós mais natural...
MontijoSound- É impossível ouvir a vossa música sem pensar em MGMT ou Tame Impala... Acham a vossa música remotamente parecida à dos vossos "congéneres" ou acham que a vossa música é livre de rótulos?
Los Waves- Entendemos de facto essas comparações, talvez mais na nossa fase mais antiga, principalmente com MGMT, e Tame Impala num ou outro momento... na fase mais Rock já fugimos bastante a isso. De facto o álbum é tão diverso que já estamos com mil e uma identidades, quer isso seja bom ou mau!
MontijoSound- Numa extensão da pergunta anterior, acham-se em posição de se tornarem nuns "Tame Impala portugueses", ou a vossa música é feita para algo ainda mais grandioso do que isso?
Los Waves- (Muitos Risos) Não, não é algo que nos diga muito neste momento em termos de influência e já há cá pretendentes suficientes e muito mais fiéis a esse título!
Los Waves no Vodafone Bus em 2013, em pleno Vodafone Mexefeste, em Lisboa.
MontijoSound- No Vodafone Mexefest 2013, onde também tocou o meu primo (Alex D'alva Teixeira) vocês tocaram num autocarro em andamento (Risos)... Qual foi a maior dificuldade de tocar nessas condições? Acham que foi uma experiência divertida ou pensam nunca mais na vida repetir a graçinha?
Los Waves-(Muitos Risos) Foi o melhor concerto até agora! Ou pelo menos o mais divertido sem dúvida!
Foi bastante difícil, estávamos sempre a cair para o lado e tivemos que colar tudo com fita-cola, até o nosso baixista estava colado com fita-cola ao autocarro para não cair (risos).
Para o final da noite como o público estava bastante participativo começámos a passar Boys Noize no final de cada cinco músicas e ai então é que foi a festa!
MontijoSound- Sentem um feedback positivo do público?
Los Waves- Sim, ultimamente temos ficado bastante contentes quando vemos pessoas a cantar as nossa músicas. Isso têm acontecido em quase todos os lugares com a "Darling" e a "Strange Kind of Love", mas especialmente com a "Darling", acho que é a mais imediata de todas talvez. Ao ínicio dos concertos é sempre difícil quebrar o gelo e nós não somos também as pessoas mais comunicativas do mundo em palco, não temos muito esse lado "enterteiner", mas como vamos sempre aumentando o ritmo ao longo de todo o concerto, vamos tentando que as músicas façam em si esse papel. Agora com um baterista meio-louco, a tarefa torna-se agora bastante mais fácil (risos).
Los Waves- Darling
MontijoSound- Qual é a música que mais gozo vos dá tocar ao vivo e porquê?
Los Waves- Talvez a "Got A Feeling". Fizemos uma versão extendida que nos faz lembrar algo muito tipo 70's Rock, mas que têm um ritmo que nos faz curtir mais do que em qualquer outra!
MontijoSound- Na minha mente, imagino-vos nas palmeiras de Coachella a tocar a seguir dos Pond (Risos)... Que sitio vos daria mais gozo tocar?
Los Waves- Sinceramente... Talvez ai mesmo! Estamos a ver perfeitamente o cenário! Talvez nem tanto pelo concerto em si mas por saber que nesses dias podiamos disfrutar do contexto em si: do sol, fazer um bom surf... E talvez as musicas resultassem bem ai, acho que a malta ia entrar na onda facilmente...
MontijoSound- Durante os vossos concertos, como é que avaliam o vosso público de 0 a 10?
Los Waves- (Risos) É difícil qualificar mas talvez um 8? Há sítios em que as pessoas não nos conhecem muito bem, nesses guardamos a avaliação para o final do período?
MontijoSound- No dia 13 de Novembro iniciaram uma tour pelo pais... Acham que cresceram com a experiência, ou isto não é nada? Querem mais?
Los Waves- É sempre bom, embora sinceramente queiramos sempre mais... Estamos a gostar bastante de estar em todos os lados. Há sempre coisas bonitas e interessantes em todos os lados, mesmo na aldeia mais pequena de Trás-Os-Montes. Estamos a tentar organizar uma tour pela Europa, vamos ver no que dá...
MontijoSound- O vosso EP garantiu-vos tempo precioso de airplay em rádios internacionalmente conhecidas e mesmo na televisão... Como é que ficam quando ouvem a vossa música nesses meios de comunicação?
Los Waves- É sempre bom claro, mas normalmente sabemos por amigos que nos dizem, como não ouvimos rádio e nem televisão temos (Risos) são sempre os amigos que chegam-se a nós e dizem-nos "Hey, ouvi-vos em tal sitio"...
"Sinceramente, imaginamo-nos mesmo a tocar em Coachella, mas não inteiramente pela música"...
MontijoSound- Quais são as vossas maiores influências?
Los Waves- Complicado encontrá-las em Los Waves (Risos), mas, Cat Power, Devendra Banhart, Anthony and the Jonhsons, MGMT, Gal Costa, The Strokes, Caetano Veloso, Feist, Jonh Lennon e muitas baladas dos anos 80...
MontijoSound- O quê que têm gostado mais de ouvir este ano?
Los Waves- Assim de coisas mais recentes... Talvez Foxygen... Muita música brasileira, Bossa Nova... Estamos a voltar muito às baladas porque estamos a teabalhar em músicas novas. Vamos tentar que isso seja influência e tentar uma on da mais Rock/New Wave...
Foxygen- How Can You really
MontijoSound- Por onde é que vão estar nos próximos meses? Mandem vir umas datas...
Los Waves- Ainda não temos nada confirmado... Vamos ter dois festivais no Norte no próximo Verão que ai vem, mas ainda não sabemos data concreta portanto é melhor não dizermos nada, não vá acontecer alguma coisa...
MontijoSound- E por último, depois desta brilhante estreia em longas durações (This is Los Waves So What) o quê que se segue agora?
Los Waves- Estamos a trabalhar em músicas novas, e estamos a gravar uma live performance/videoclip que é um pouco das duas coisas juntas, ou seja, um mini-live formato videoclip para 4 temas ou 5...
MontijoSound- Bem José, "Jean River" ou como chamamos-te aqui na redacção "O inglês" (Muitos Risos), José Ribeiro, Los Waves, muito obrigado, mesmo, por nos terem concedido esta entrevista. Nós aqui no Montijo adorava-mos que viessem um dia tocar aqui algum dia. O vosso álbum é mesmo uma obra-prima e mereceu grandes críticas não só de nós (MontijoSound) como também, aposto, do resto da critica especializada.
Da nossa parte um grande abraço, um Feliz Natal e um próspero ano Novo!
Mandem vir cumprimentos (Risos)...
Los Waves- Oh, muito obrigado! Então fica um grande abraço dos Los Waves para o Montijo Sound e para todos ai na redacção, e como estamos nesta época de final de ano, não podemos deixar de desejar que abusem nos doces e que tenham um 2015 incrivelmente bom!
Talvez um dos melhores grupos a fazer música pop fora da Austrália ou Estados Unidos, os Britânicos Metronomy são um caso peculiar de criatividade crescente. Não se asemelham a ninguém e têm um visual único.
Com "The Look" de trabalhos anteriores ganharam notoriedade global e tornaram-se numa das bandas mais requisitadas nos principais festivais de circuitos independentes, mas foi com este "novo" (Março) "Love Letters" que consolidaram essa notoriedade e tornaram-se numa das principais bandas da seguna década do século XXI.
Desse álbum extrai-se a música do mesmo nome, "Love Letters", uma autêntica obra-prima que já devia estar nesta lista há mais tempo e que garante um lugar no top 50 no final de ano, e posso garantir-vos que não será menos que o top 10...
Parabéns a todos aqueles amantes de música: Do Indie, ao rock, pop, avant-garde, eletrónica, psicadélica, new-wave, noise-rock, noise-pop, shoegaze...
Aos festivaleiros, aos leitores ferrenhos, e a todos aqueles que nos têm acompanhado ao longo de 365 dias sem parar, sempre a respirar música.
Às bandas portuguesas, inglesas, americanas, islandesas, às bandas de todo o mundo!
Este site é vosso.
Como tradição, no dia 30 de Dezembro apresentaremos a lista das 50 melhores músicas do ano e top 20 dos melhores álbuns do ano, teremos uma entrevista exclusiva aos Los Waves e antes do final do ano, anunciaremos os vencedores do passatempo "Logo MontijoSound", onde apresentaremos o novo logo do site.
Estamos juntos, quer queiram, quer não.
Acompanhem-nos no Facebook em: https://www.facebook.com/montijosound?fref=photo
Proveniente de Los Angeles e com uma sensibilidade lírica fora do comum, Ariel PInk é usado e abusado pelos Animal Collective, que usurpam o seu material escrito em casa. Decide separar-se e tentar algo a solo, algo maior!
Em 2012 lança "Ku Klux Glam" sobre selo da Stroll On.
Em 2013 muda-se para a icónica editora britânica 4AD, editora de bandas essnciais nas suas respetivas cenas musicais como Pixies ou Cocteau Twins e em 2014 sobre carimbo da icónica editora Inglesa lança "Pom Pom" fortemente criticado pela critica especializada como "demasiado etéreo para ser pop"...
Desse álbum fica "Put Your Number On My Phone", que é a música da semana e garante o seu lugar no top 50 final.
O Vodafone Mexefest em poucos anos tornou-se num fenómeno em Portugal, muito por culpa do conceito do festival, inédito no país e em qualquer outra parte do mundo, onde aqui, ao contrário dos principais festivais de direita em Portugal, não é possível ver todos os concertos. É necessária um planeação de concertos, esses um pouco por toda a Lisboa.
É verdade que estamos no Outono, mas ontem, posso garantir-vos que mais parecia Inverno. Lá se poupou o guarda-chuva, mas como não choveu, desejava que ontem tivesse nevado. As luzes de Natal em Lisboa estavam bem iluminadas e o ambiente ontem na Avenida da Liberdade mais parecia Central Park, no meio de Nova Iorque, com um mar de gente a fazer fila para entrar nos diferentes concertos.
A chuva ontem foi um bocado diferente da precipitação que se viveu um pouco por todo o país. Ontem em Lisboa, choveram estrelas. Desde Tuneyards, até às Deers. Desde Capicua até St. Vicent. O MontijoSound não podia perder esta constelação, portanto venham daí! O Montijo Sound este fim-de-semana é totalmente Vodafone Mexefest!
Reportagem: Hugo Santos
Editagem: Luis Teixeira
Muita gente a andar de um lado para o outro, sempre à procura do melhor concerto, esses que começaram um pouco à volta das 19 horas, já com muita gente antes.
No entanto, eu acho que as pessoas já sabiam muito bem quem e como iriam ver. Não se deixem enganar... Kindness, Clã, Capicua e Ana Cláudia foram muito bons, no entanto, uma, ou melhor, duas divas da pop pós-moderna iriam fazer as delicias das milhares de pessoas em Lisboa. Tuneyards e St. Vicent eram os nomes mais esperados da noite, sendo que uma veio primeiro do que a outra.
Tuneyards (en)cantou Lisboa!
Perto das 23 e meia, e com ligeiro atraso surgiu Tuneyards, que iria apresentar temas do seu mais recente álbum: "Nikki Nack", perante uma plateia muito bem composta e eclética, que simplesmente não parou com ela!
Já caiam 00h22 minutos e sempre muito assidua, St. Vicent, que antes numa entrevista dissera que adorara Portugal entrou no Palco dos Recreios St.Vicent, numa sala a abarrotar de gente. Pegou na sua guitarra e não mais a largou durante a noite fria de Novembro, tocando músicas do seu aclamadissimo novo disco homónimo, como "Digital Witness" ou "BIrth in Reverse", álbum que veio a confirmar o seu estatuto de dia do Indie Pop.
St. Vicent, ontem, no Coliseu dos recreios.
Muito antes, King Gizzard and The Lizard Wizzard tocaram na garagem EPAL, também um dos mellhores concertos da noite. Os 7 de Melbourne entram numa vaga de artistas Australianos psicadélicos Como Pond, Jagwar Ma ou os icónicos Tame Impala, dizendo que Melbourne é dos melhores sitios do mundo para se fazer música Indie. Inspirados por mentes conturbadas Como David Bowie, Frank Zappa ou mesmo NIck Cave, a música experimental deles serve de mote para fantásticos concertos ao vivo. Ontem em Lisboa não foi excepção.
Sufocante concerto dos King Gizzard and The Lizzard Wizzard
, cortesia BLITZ
Hoje, nomes como Sharon Van Etten, Throes+Shine, Modernos, WIld Beast e os mais aguardados, Cloud NOthings vão tocar no festival, sem esquecer os Vodafone Bus que vão continuar a circular por Lisboa com concertos dentro do autocarro de Turbo Balkens e Zanibar ALiens, hoje dia 29 de Nobvembro. O Montijo Sound volta amanhã com os destaques de hoje.
David Salvador encarna proeza, um rapaz-feito-homem que se expressa através de rimas complexas e bastante dificeis de descodificar a olho nú, sempre acompanhado de GED, o rapper produtor, espécie de mentor... Olhem para mim! Até já estou a rimar!
Com um EP no bolso direito com selo Street Music Company, o céu deveria ser o limite, se não vivessem num país impiedoso com rappers, principalmente brancos...
Procurámos no Montijo alguém com talento e autonomia suficiente para tentar destacar-se neste mundo cão que é o Rap Nacional. Essa procura levou-nos até ao Samouco, onde no seu estúdio de gravação, tivemos uma conversa bastante agradável com os 100 Crew, sempre na esperança de conseguir descodificar essa lírica tão complexa, e que aparentemente, aparenta ser uma tarefa impossível...
MontijoSound- Olá. Tarde de Sol em vésperas de Inverno...
Proeza- É verdade, até vou tirar o casaco...
GED- Era bom que o Sol ficasse mais um pouco...
MontijoSound- Acham que a estação de um ano contribuí para a vossa música?
GED- Minimamente...
MontijoSound- David (Proeza), já lá vão alguns anos em que eras um miúdo a estudar na Dom Pedro Varela (Risos). O quê que mudou desde esses humildes tempos?
Proeza- Epá... Sinceramente? Cresci, também esses tempos foram há 6 anos para ai... Mas sinceramente, acho que não mudou nada. É mesmo assim.
MontijoSound- Mas lógico que desde miúdo, foste sofrendo alterações físicas, psicológicas... Essa mudança, foi bem recebida pelos teus familiares?
Proeza- Foi mesmo. Muito bem recebido. Também não tenho muitos familiares...
GED- Eu acho que descobriu boas novas amizades... Tal como eu, entrou na vida laboral muito cedo, e foi obrigado a crescer antes do tempo... Mas mudou bastante!
MontijoSound- David, mais conhecido por proeza aqui nas bandas da Street Music Company.. Porquê Proeza? Porque não Prodígio ou outro clichê qualquer?
GED- Eu comecei a chamar-lhe filho próg e começou daí..
Proeza- ...Ya, comecei a mostrar os meus sons aos meus amigos e disseram que eu era uma proeza e o nome, simplesmente ficou...
MontijoSound- Sentes que o Montijo está pronto para a vossa música? Analisando a lírica no seu máximo expoente, não é propriamente para crianças...
Ged- Não está, por causa dos invejosos... Eu costumo dizer que não há ouvintes, só há rappers. Todos querem ser ouvidos no Rap e ninguém quer ser ouvido.. É triste, mas é a verdade. E Eu acho que há muita coisa nossa que merecia ser ouvido. As nossas letras são de livre interpretação, e cada um interpreta como quer. Essa também é a beleza da coisa.
Proeza- As pessoas não conseguem ver um filme, se vivem numa curta-metragem... As pessoas querem ver tudo resumido, e não querem sentir tudo que a música têm para oferecer...
GED- Imaginem que o NGA são pipocas da Lusomundo, e nós pipocas do Continente... Quem te garante, que as pipocas do Continente não são iguais ou melhores?
MS- E o mundo? Acham que estão prontos para conquistar o mundo?
Proeza- O mundo é forte... (Risos).
GED- O meu objectivo é ser o artista na margem sul que mais bate no norte...
"Imaginem que o NGA são pipocas de Lusomundo, e nós pipocas do Continente... Quem te garante que as pipocas do Continente não são iguais ou melhores"
MS- Vamos começar por falar de uma música que eu até gostei minimamente... O vosso processo de composição? É pausado e complexo ou rápido e imprevisível? Por exemplo, tu (proeza) sentas-te com o teu produtor e têm um "brainstorm" de ideias que depois encaixam na letra ou pegam numa caneta e escrevem a primeira coisa que vos subir à cabeça?
GED- Tudo depende do beat... Raramente faço um beat a pensar em mim. Penso sempre no Proeza... Usamos samples e o david entra muito bem no seu personagem. Os samples são sacados da Internet as a letra é nossa. Estou a aperfeiçoar a minha técnica de produção e "sacar" samples da net deixará de ser uma solução...
MS- Falando agora do single "Mata D'olhar... Para quem escreverem esta música? Quem era a rapariga? (Risos).
GED- Por acaso não escrevemos para ninguém. Veio-nos à cabeça. Como a música "Droga de Pilão"...
MS- ...Titulo no mínimo polémico. (Risos)
GED- ...Sim mas tal como nessa música, são letras que vêm à cabeça. O David decora muito bem essas letras e os "Flows" saem naturalmente sem parecerem forçados...
MS- Para quem escrevem as vossas músicas?
Proeza- Para a nossa sociedade... Nós contamos com eles e eles contam connosco. GED- Se o proeza estiver na mesa comigo e um grupo de amigos, e quando eu saio eles dizem que ele "rappa" melhor do que eu e quando eu volto e ele saí e dizem que eu "rappo" melhor do que ele... Ambos sabemos o que valemos. Essa fase para nós, francamente já passou...
GED (á esq. e Proeza (lado dir.),entrarem no estúdio Street Music
, no Samouco.
MS- Pegando um bocado na pergunta anterior, a música do Proeza "Guerreira Mãe" é claramente um tributo à tua (Proeza) Mãe... Achas que ela têm sido fundamental no progredir da tua carreira? Recebes apoio suficiente dela?
Proeza- Sem dúvida! É o meu ídolo! Digo isto de boca cheia. Mesmo! Apoia-nos bastante, já mandou as nossas músicas para várias rádios... Está lá sempre!
Quando ouviu a música, chorou...
MS- Na música "Critérios" com o GED... Achas que a música é direccionada à sociedade de hoje? Eu vejo fúria politica, quase religiosa na letra... Que mensagem queriam transmitir?
Proeza- A mensagem? É como o Tupac diz" Se existem pessoas a viver na rua, porque é que não vão viver para a igreja?
GED- Fazem montes de igrejas, que se calhar nem sempre são bem frequentadas... Sem dúvida que há uma fúria politica na letra. Religiosa também. Por exemplo: Se violares um "puto" o quê que te acontece? E se for um padre? Absorvam e reflictam...
MS- Onde é que foi gravado esse vídeo?
GED- Foi no palácio do Rio Frio, em Palmela. Gravámos numa casa abandonada na zona, e acho que escolhemos o sitio ideal para marcarmos o impacto que queríamos causar...
Proeza- DEvia haver gente a viver lá e em vez disso estamos lá nós a fazer música...
MS- Vocês vivem entre duas cidades: Montijo, que vos viu crescer como seres humanos e o Samouco que vos viu crescer como artistas... Qual destas têm sido mais receptivo em relação à vossa música?
Proeza- É o Montijo sem dúvida. E na Moita onde fiz muitas "connects" profissionais...
Ged- Eu costumo dizer que vio onde moro. (Risos).
MS- Quais são as vossas principais influências?
GED- Tupac, Onix. Também gosto muito de "Biggie" (Notorious B:I:G), mas prefiro Pac. Sou um homem da West Coast (Risos). Em termos nacionais, Royalistic, cresci a ouvir Mind da Gap...
Proeza- Eu não tenho influências. Tenho inspirações. Boss AC, Sam The Kid, são artistas que influenciam a minha maneira de escrever e de "Rappar".
MS- Já tocaste no KIntal, nas festas de São Pedro, no Montijo... Achas que foi o ponto alto da tua (Proeza) carreira ou queres mais? Isto não é nada?
Proeza- Isto não é nada! Eu quero mais! (risos).
GED- Isto para ele não é nada.
Proeza- È um grande orgulho, mas...
GED- Já tocámos em "Kintáis", já tocámos em escolas, mas queremos mais...
MS- Onde é que mais desejam divulgar a vossa música?
GED- Tchii... (Risos). O meu sonho era tocar em África...
MS- ...Talvez em Angola a Abrir para o NGA?
GED- Sem dúvida! O rap é de África, portanto seria top tocar para eles...
"O nosso objectivo é ser o grupo na margem Sul que mais bate no Norte."
MS- Achas que mais que uma editora, a Street Music Company é uma família? Uma irmandade? Sentes-te bem a fazer música neste meio? Chamas a este estúdio de casa Proeza?
Proeza- É Tipo um confessionário. Eu digo coisas no microfone que não sou capaz e dizer na vida real. Mas lógico que o calor fraternal de familia está lá.
MS- Como é que surgiu a opurtonidade de virem para esta editora?
GED- Nós não viemos. Ela é que veio ter connosco. Fundámos a editora aqui no Samouco mas trouxemos "rappers" de Chelas e do Montijo. Eu trouxe o Proeza, pensava que ele ia evoluir fixe, e até agora está a responder muito bem a essa evolução.
MS- O "EP Pioneiro"... Sentem que é uma grande amostra do vosso talento ou conseguem fazer melhor?
GED- Não estamos no auge... Sem dúvida que conseguimos fazer melhor, ponto final. Se é para descermos, mais vale andarmos de Skate. (Risos).
MS- Os temas do EP... As canções são genuínas e do coração ou quiserem agradar ás massas? Quem quiseram agradar neste EP?
GED- Sem dúvida que fizemos este EP sem dúvida a querer agradar à cidade. Eu adoro trabalhar. Não gosto de estar parado. Estou neste momento na minha folga. Estou de directa. (Risos).
MS- Proeza, sentes-te dono da tua música? Sentes-te independente nesta editora? Sentes que tens controlo criativo sobre a tua música ou és pressionado pela editora a fazeres ou "música há maneira deles ou borda fora"?
Proeza- Aqui não há censuras. Ninguém prende ninguém...
GED- No fim de contas, cada um faz o que quer e o resto é produção. È o Pós-25 de Abril perfeito. Acho que esta é mesmo a definição perfeita da maneira como fazemos música.
MS- Esse mote têm corrido bem? (Risos).
Proeza- Eu acho que a audição do EP é a resposta perfeita ara essa pergunta... (Risos).
MS- A tua confiança e carisma nesta tua (Proeza) tenra idade... Não te achas muito novo para escreveres ou pensares o que escreves nas tuas letras?
Proeza- ...Acho que não. (Risos). Sempre "parei" com gente grande. Fui forçado a crescer cedo também... Não sei. Acho que as minhas letras são fruto da minha maturidade. A minha maturidade manda-me praguejar. (Risos).
MS- Onde é que se vêm daqui a 4 anos?
GED- Se me perguntassem há 4 anos... Na prisão. Não sei, a vida nestes últimos 4 anos têm me trazido coisas tão boas... Hoje trabalho, sou casado, faço aquilo que gosto... Aquilo que acontecer daqui a 4 anos é um mero bónus.
Proeza- Gostava de ter um vídeo com 1 milhão de visualizações... (Risos). Gostava de ser ouvido.
"O estúdio é uma espécie de confessionário. Eu digo coisas no microfone que não sou capaz de dizer a certas pessoas..."
MS- Qual é o objectivo desta "operação" toda? É ganhar dinheiro? É fazerem músicas para vocês e o vosso pequeno mundo ou é tornarem-se nuns vendidos? No Regula?... Proeza- Não é de ser vendido. 1º queremos ser ouvidos. 2º... Ganhar dinheiro a ser ouvido. (Risos). MS- O MontijoSound dá muito valor a artistas indie e lo-fi... Acham que ainda é possível fazer boa música a baixos orçamentos ou acham que eventualmente os custos de produção vão ter de se expandir de forma a sustentarem a vossa música? Proeza- As pessoas se gostam da nossa música, eventualmente vão demonstrar apoio, e a coisa parte daí... GED- Ás vezes nem têm de ser orçamental, mas sim sentimental... Proeza- Sem dúvida... GED- Se calhar preferimos receber um abraço ou alguém dizer que gostou do nosso som a dinheiro...
"Se violasses um miudo? Eras preso. Se fosse um Padre a violar esse miudo? Absorvam."
Já lá vão os tempos dos "3 tempos" e quando ainda só era o Alex D'alva Teixeira, um negro culto e inteligente o suficiente para fazer música sozinho. Num espaço de três anos, tornou-se algo maior que isso e em 3 tempos, passou a ser Ben Monteiro e Alex, ou melhor, D'alva, que se tornam numa banda legítima, agora preocupados em fazer música despreocupada e ilegítima, livre de rótulos e alianças entre géneros.
Depois de um EP bem sucedido, trazem agora "#batequebate", que traz á superfície um paraíso sintetizado, namorado de riffs de guitarra pesados a encher refrões leves e de fácil digestão auditiva.
"Frescobol", é assim a música da semana, e acabou de inscrever o seu nome no top 50 das melhores músicas do ano MontijoSound.
Artista: Los Waves
Álbum: This Is Los Waves So What?
Género: Indie Rock
Indie Pop
Rock Psiadélico
Lançamento: 17 de Setembro
Editora: Optimus Discos
Eu lembro-me de estar prestes a começar as aulas no ano passado quando os Los Waves, banda de dois wannabe Americans, José Tornada, o português e Jean River o londrino, lançam no Youtube "I Got a Feeling", e eu pensei: quem me dera que isto tivesse sido lançado no Verão! O que pensei quando ouvi isso? Um pop psicadélico solarento, constantemente violado por sintetizadores irados e riffs altamente barulhentos criando uma parede de inexistência barulhenta. Algo que os My Bloody Valentine fariam se estivessem sóbrios. O meu segundo pensamento? Onde é que está a porcaria do álbum??
Passado um ano, e depois de um ano cheio de travessias, sendo, a mais memorável, o concerto em pleno autobus no Vodafone Mexefest 2013, e de uma mão cheia de singles, os hippies lançam "This Is Los Waves So What", uma colectânea de 11 canções memoráveis de Pop Psicadélico altamente viscoso e que se cola muito facilmente ao ouvido.
Ao longo do álbum, sente-se um esforço contínuo para que todas as músicas sejam divertidas e facilmente captáveis na letra: Desde "Strange Kind of Love", a soar a Punk Sintetizado e com um refrão "Sticky", até "Darling", que segue o ritmo frenético, ele tão necessário ao longo do álbum, até ao "How do I Know", uma quase-balada que se inicia com um solo memorável de sintetizadores, até ao momento alto do álbum: "I Got a Feeling" leva-nos de volta á era Dream Pop/Shoegaze dos anos 90, mas sem nunca esquecer os ideais Indie da nova era moderna.
"This Is Los Waves So What" é a estreia que qualquer banda sonharia ter, e mais: Os Tame Impala deveriam ouvir isto para ganharem inspiração para o novo álbum e mais, se esses da Austrália são os Reis do trono psicadélico, então deveriam sentir-se ameaçados, porque do outro lado do globo, nasceram os novos príncipes do género. Esta estreia apesar de quase-perfeita, só me vai fazer voltar a dormir com um eventual segundo longa duração.
Faixas: (As faixas marcadas a azul são as escolhas do MontijoSound) (A faixa marcada a vermelho é das melhores do ano) (A faixa marcada a verde é a actual faixa do ano 2013)
É verdade! O melhor da nova música vai voltar à Avenida da Liberdade, num dos festivais mais urbanos da Europa, o Vodafone Mexefest.
O ano passado foi uma edição fantástica com nomes como SILVA, D'alva, Waves, Los Waves, Tape Junk.
Este ano o elenco é de luxo, a diversidade (como sempre) é garantida e o Montijo Sound vai voltar a fazer das suas...
Nomes como:
St Vicent
Cloud Nothings
Palma Violets
Tuneyards
E muitos outros... Brevemente, o Montijosound fará um "zoom" em todos os confirmados para o Vodafone Mexefest deste ano.
Dia 30 de Novembro o Montijo Sound faz o primeiro aniversário, e lógico que vamos festejar o primeiro aninho, não só no Montijo, mas em todo o mundo. Vai ser um aniversário cheio de surpresas, onde vocês também vão ser desafiados a fazer parte deste projeto:
Que engracado. Mais uma edição do Mexefest, e este ano vão ser três dia de festa! Sim porque depois dos dias 28 e 29 de Novembro, dia 30 é oMontijo Sound que faz anos.
Escusado será dizer que vamos cobrir o festival ao longo dos dois dias. Fotos, Videos, Reportagens... Vai ser como se estivessem em Lisboa...
Vamos também celebrar o nosso primeiro aniversário com um passatempo onde vamos desafiar todos os nossos leitores a criar um novo logótipo par o site. No dia 30, anunciaremos os 3 primeiros lugares e o vencedor vai ver o seu logótipo como a nova cara do site. Participem!
Tornaram-se conhecidos com o álbum de estreia "Turn On The Bright Lights" considerado pela imprensa um dos álbuns mais importantes do milénio. Quem ouviu esse álbum viu o som dos Joy Division herdado, vendo criada uma nova era pós-punk revival.
Mas nos últimos anos os Interpol viram a sua sonoridade "empurrada" para agradar massas, e a critica quase arruinou a banda depois de "Our love to admire", um bom depois depois do também incrível "Antics", que vêm trazer á superfície "Evil", também aclamado pela crítica. Mas se bom para os Interpol é medíocre e se nunca iriam fazer um álbum como "Turn on the Bright lights", então o quarteto de Nova Iorque agora preocupa-se em fazer música para quem a quer ouvir e volta às boas exibições com "El Pintor", que faz a banda voltar a 2002 em termos sonoros mas também traz de volta um som jovial e distorcivo que os pôs no radar.
É desse mesmo álbum que extraímos "All the rage back home", que é a música da semana e garantiu o seu lugar no top 50 MontijoSound.
Depois de "Got a feeling" e "Two wild hearts" a imprensa especializada já suplicava por um longa duração de estreia. Os Los Waves não desiludiram e no passado dia 20 de Outobro lancaram "This is Los Waves So What", álbum de estreia que vê recompensado todo o esforço e trabalho ao longo de dois anos. No ano passado deram o concerto mais original do Vodafone Mexefest, num autocarro à frente de 50 pessoas (alternadas). Hoje, deveriam estar em tour pela Europa a tocar para Arenas.
"Strange kind of love" é a música da semana e com certeza não faltará na segunda edição das 50 melhores do ano pela Montijo Sound.
No próximo dia 4 de Novembro, a Blitz, principal revista especializada de música em Portugal, vai festejar 30 anos de existência no Cinema de São Jorge em Lisboa, no âmbito da programação do Misty Fest. A Blitz vai tomar de assalto o Cinema de São Jorge na Avenida da Liberdade numa celebração da música portuguesa e das várias gerações da nossa musica nacional. Os lendários Sétima Legião, João Caetano ou os icónicos Capitão Fausto são alguns dos nomes já confirmados para uma noite que vai ser recheada de surpresas, dentro e fora do palco. O MS dá os parabéns à publicação que inspirou este site e outras milhares de publicações. Que venham mais 30 anos!
Aconteceu. Chega de premonições, previsões... Chega. Nós atrevemo-nos a mudar. Muda connosco. Atenção, mudámks mas há coisas que nunca vão mudar. As entrevistas vão continuar a acontecer. As análises aos melhores álbuns Indie da atualidade vão continuar a estar aqui. As noticias mais frescas do mundo da música vão continuar aqui. Aqui. O Montijo está em constante mudança e nós vamos mudar com ele. E com ele, vamos mudar o mundo. Quem está connosco? Se estás connosco, muda também.
Artista: Mac De Marco
Álbum: Salad Days
Género: Indie Rock
Cantor/Compositor
Slacker Rock
Dream Pop
Lo-Fi
Rock Picadélico
Lançamento: 1 de abril
Editora: Captured Tracks
"Salad Days" em retrospectiva parece ser só mais um álbum de um canta-autor-compositor que expressa os seus sentimentos e aventuras de quando era um rapazinho no campo, sempre com vocais etéreos, num ambiente extremamente intimista e altamente relaxante, nostálgico ele também ao longo de todo o álbum. Esperem, é exatamente isso. Com apenas 23 anos, Mac De Marco grava o seu segundo longa duração, que soa quase como uma injeção de Baroque Pop-meets-Slacker Rock-meets-Lo-fi-Repeat.
O álbum consegue ser extraordinariamente consistente, oferecendo baladas muito auto-conscientes e brutalmente honestas a nível lírico, desde "Brother"até ao single principal "Passing Out Pieces", uma rajada de vento trazendo de volta os Beattles em fase "Sgt. Peppers".
Em "Salad Days", De Marco altera um pouco a estética da sua notória sonoridade, para experimentar timbres mais psicadélicos do que em "2", o que torna o álbum abrasivo, mas ele também muito mais emocionante e intimita.
"Salad Days" e mais um album de corpo e alma de Mac De Marco, que parece assumir o papel de Beck desta geração, e este álbum é de uma importância enorme, agora ela desconhecida...
Faixas: (As Faixas marcadas a azul são as escolhas do MontijoSound) Novo: (A Faixa marcada a vermelho é da melhores faixas do ano.
Artista_ Foster The People
Álbum: Supermodel
Género:Indie Rock
Indie Pop
Rock Neo-Psicádelico
Lançamento: 24 de Março de 2014
Editora: Columbia Records
Lógico que depois do êxito global "Pumped up kicks", Mark Foster e companhia iriam tentar repetir a fórmula conseguida nesse single neste "Supermodel", segundo álbúm desta força vinda de Los Angeles. Mas claro que tentar repetir essa fórmula viria com alguns custos...
Neste, a banda não tenta implementar o som de "Torches" (2011), mas sim alterá-lo sem mudar de forma radical a estética e mesmo a identidade da banda. Neste vemos uma maturidade lírica, essa mais refletiva e que fala de temas importantes tais como a maneira como as pessoas negam e ás vezes julgam a cultura pop, entre outros assuntos de importância idêntica.
Mas é precisamente ai que está o problema. ninguém pediu à banda que amadurecesse. Talvez os Foster the people tenham uma importância muito mais reduzida que essa. Talvez os Foster the People apenas sirvam para nos dar Pop pegajoso e dancável, e aqui a banda esforcasse tanto para fazer precisamente o contrário: Pop ele demasiado pensado e feito para um público muito menos acessível.
È verdade que "Are You Want You Want To Be", promete uma hora de Pop ecléico, e altamente divertido, mas a verdade é que depois disso o álbum "adormece" num "buraco negro", ao qual só depois acorda em "Best Friend", mas ai já se torna tarde de mais.
Mesmo sem sendo perfeito, "Torches" acaba por ser mil vezes melhor que este aborrecido "Supermodel", mesmo que aqui encontremos um som muito mais direto e muito menos sintetizado que na estreia, mas quando um álbum de estreia é melhor que a sequela, é porque algo não bate bem, e isso sim é o mais triste nisto tudo.
Mas apesar de tudo, que fique aqui uma coisa bem ciente: apesar de existerem poucos, os momentos memoráveis do álbum roçam a perfeição sonora...
Faixas: (as faixas marcadas a azul são as escolhas do MontijoSound).
Novo: (A Faixa marcada a vermelho é das melhores faixas do ano)
É verdade, de 5 a 7 de Junho, o Porto vai voltar a encher para o maior festival de musica Indie do mundo, e com o relógio a contar cada vez mais rápido, lógico que o MontijoSound tinha de estar em cima do acontecimento, e aqui vamos revelar-vos quem e que vale a pena descobrir.
Sim, este ano o festival está rodeado de lendas como os Pixies, Neutral Milk Hotel, Slowdive, Loop, Television, mas promessas da música são criadas todos os dias, e este ano, o cartaz conta com alguns dos nomes mais promissores da música, portanto venham daí, porque o primavera Optimus Sound 2014 é na MontijoSound!
Follakzoid- "II" (2013)
Directamente de Santiago, Chile, Follakzoid parece ser uma das melhores importações do continente sul-americano, sendo que "II", álbum de estreia, assume-se como uma viagem psicadelico/progressiva sem fim, sobre vocais inebriantes quase sufocantes, sendo dos álbuns mais falados da imprensa especializada.
!!! (chk chk chk) "Thriller" (2013)
Agora que os Lcd Soundsystem estão fora do mapa, os !!! {chk chk chk} emergem com a seu Punk electrónico ecléctico e cativante, trazendo de volta "Louden up now" (2004), clássico de esquerda que abre alas para a musica electrónica Indie do novo milénio, sem esquecer o novo "Thriller" (2013), álbum que irão apresentar durante todo este ano antes de se preocuparem em voltar aos discos.
Hebronix "Unreal" (2013)
Criado pelo líder destemido dos Yuck, Daniel Bloomberg inventa Hebronix, re-expressando o seu amor por distorção, mas criando música mais intimista e ela também mais sentimental e complexas, sons esses que ele explora, afastando-se totalmente do círculo girado à volta dos Yuck, para se assumir como um génio inquieto do Indie. Obrigatório.
Kendrick Lamar "Good Kid, Mad City" (2012)
Ele diz ser um bom rapaz, mas o seu "Good kid, Mad city" vem a expor uma hostilidade lírica, em forma de historia contada por Kendrick de forma honesta e emocional, cativante ou até pode ser visto por alguns como banal. Mas ele não deixa ninguém indiferente, e sendo também visto com Drake e Eminem, Kendrick assume o estatuto de promessa do rap, mas é talvez o nome mais desajustado do cartaz deste ano, o que ainda dá mais curiosidade em ir vê-lo.
Jagwar Ma "Howlin" (2013)
Depois do seu clássico instantâneo "Lonerism", os Tame Impala fizeram uma pausa nos discos para ir para a estrada... Grande erro, porque estes meninos da "grande cidade la de baixo", trazem "Howlin", que parece querer destronar os mesmos Tame Impala. "Howlin" sabe a Manchester em finais de anos 80, e trazendo-nos uma estreia altamente espiritual e electrizante ao mesmo tempo, "Howlin" e dos melhores do ano, o que os torna obrigatórios a ver em qualquer festival do mundo.
Dee Dee apresenta-se em grande forma com as Dum Dum Girls, trazendo um som Pop Glam neste novo "Too True", muito diferente do garageiro "I Will Be" (2010), que parece ser o melhor disco destas raparigas, que com um som muito característico e ruidoso, mas emocional e honesto conseguem o seu lugar ao sol no circuito Indie, e as suas actuações barulhentas nunca passam despercebidas...