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segunda-feira, 24 de março de 2014

MontijoSound apresenta: Primavera Sound 2014, as escolhas da redação.

É verdade, de 5 a 7 de Junho, o Porto vai voltar a encher para o maior festival de musica Indie do mundo, e com o relógio a contar cada vez mais rápido, lógico que o MontijoSound tinha de estar em cima do acontecimento, e aqui vamos revelar-vos quem e que vale a pena descobrir.
 Sim, este ano o festival está rodeado de lendas como os Pixies, Neutral Milk Hotel, Slowdive, Loop, Television, mas promessas da música são criadas todos os dias, e este ano, o cartaz conta com alguns dos nomes mais promissores da música, portanto venham daí, porque o primavera Optimus Sound 2014 é na MontijoSound!

Follakzoid- "II" (2013)
 Directamente de Santiago, Chile, Follakzoid parece ser uma das melhores importações do continente sul-americano, sendo que "II", álbum de estreia, assume-se como uma viagem psicadelico/progressiva sem fim, sobre vocais inebriantes quase sufocantes, sendo dos álbuns mais falados da imprensa especializada.

!!! (chk chk chk) "Thriller" (2013)
Agora que os Lcd Soundsystem estão fora do mapa, os !!! {chk chk chk} emergem com a seu Punk electrónico ecléctico e cativante, trazendo de volta "Louden up now" (2004), clássico de esquerda que abre alas para a musica electrónica Indie do novo milénio, sem esquecer o novo "Thriller" (2013), álbum que irão apresentar durante todo este ano antes de se preocuparem em voltar aos discos.

Hebronix "Unreal" (2013)
Criado pelo líder destemido dos Yuck, Daniel Bloomberg inventa Hebronix, re-expressando o seu amor por distorção, mas criando música mais intimista e ela também mais sentimental e complexas, sons esses que ele explora, afastando-se totalmente do círculo girado à volta dos Yuck, para se assumir como um génio inquieto do Indie. Obrigatório.

Kendrick Lamar "Good Kid, Mad City" (2012)
Ele diz ser um bom rapaz, mas o seu "Good kid, Mad city" vem a expor uma hostilidade lírica, em forma de historia contada por Kendrick de forma honesta e emocional, cativante ou até pode ser visto por alguns como banal. Mas ele não deixa ninguém indiferente, e sendo também visto com Drake e Eminem, Kendrick assume o estatuto de promessa do rap, mas é talvez o nome mais desajustado do cartaz deste ano, o que ainda dá mais curiosidade em ir vê-lo.

Jagwar Ma "Howlin" (2013)
Depois do seu clássico instantâneo "Lonerism", os Tame Impala fizeram uma pausa nos discos para ir para a estrada... Grande erro, porque estes meninos da "grande cidade la de baixo", trazem "Howlin", que parece querer destronar os mesmos Tame Impala. "Howlin" sabe a Manchester em finais de anos 80, e trazendo-nos uma estreia altamente espiritual e electrizante ao mesmo tempo, "Howlin" e dos melhores do ano, o que os torna obrigatórios a ver em qualquer festival do mundo.


Dee Dee apresenta-se em grande forma com as Dum Dum Girls, trazendo um som Pop Glam neste novo "Too True", muito diferente do garageiro "I Will Be" (2010), que parece ser o melhor disco destas raparigas, que com um som muito característico e ruidoso, mas emocional e honesto conseguem o seu lugar ao sol no circuito Indie, e as suas actuações barulhentas nunca passam despercebidas...

sábado, 22 de março de 2014

Décadas: anos 80 (Continuação).


O acordar do Noise e o Shoegaze...
Os anos 80 é também conhecida pela ressurreição do Noise. O que é Noise? Os especialistas dizem ser camadas de FeedBack, outros dizem ser paredes de ruído causados por uma distorção extrema da guitarra. O Noise parece ter o seu inicio nos anos 60, quando os The Velvet Underground conseguiam um som muito distinto e ele também inédito, sendo que ouvia-se um som estridente e altamente barulhento, muito graças a Jonh Cale e a seu violão eléctrico e Lou Reed. Com o fim da banda no final dos anos 60, o Noise fez uma pausa só depois voltando nos anos 80...

The Jesus and Mary Chain e o seu "docinho"...
Se o mundo 20 anos antes deste álbum estava longe de estar preparado para as obras-primas dos Velvets, porque haveriam de estar com Psychocandy? Estreia destes escoceses que chegaram e arrebentaram com tudo com as suas melodias altamente inspiradas nos Beach Boys e com uma parede de Distorção caótica e destrutiva dos The Velvet Underground. "Psychocandy" torna-se num clássico instantâneo em 1985, e o "Shoegaze" que viria depois vê este álbum como o seu motor, sendo que influencia não só o movimento inteiro como também torna-se essencial para o Noise Revival dos anos 80.


Os "Mini Dinossauros" e a re-introdução do Noise no Indie.
Depois da sua avassaladora estreia, os The Jesus and Mary Chain lutavam para refazer um som igual ao de Psychocandy, sendo que e o noise fica fora de moda, até ao aparecimento dos Dinossaur Jr., que veio de uma onda de bandas inspiradas por "Psychocandy", sendo que os seus hinos com cheiro a Punk, misturando Fuzz seriam cruciais para o re-aparecimento da cultura No-wave, influências essas introduzidas no Clássico "Your living all over me", que expunha ao mundo os vocais "despreocupados" de J Mascis lider, deste trio de Massachussets. Esta banda fazia parte dum fenómeno que era o Underground Americano*...

Sonic Youth e a explosão do Noise...
*Fenómeno esse liderado por este quarteto Nova-Iorquino, decadente e sem papas na lingua, considerados os verdadeiros pioneiros do Noise. Eles já faziam Noise muito antes de este (re) tornar-se num fenómeno mundial, sendo que os seus primeiros álbuns apesar de incompreensíveis num sentido lírico, viam uma grande sensibilidade (ou falta dela) musical, construindo paredes de ruído sobre vocais quase invisíveis.
 Em 1986, os Sonic Youth davam um grande passo a sua musicalidade com "EVOL", o primeiro grande álbum da banda, que já expunha uma sonoridade mais lúcida e compreensiva para o ouvinte. No ano seguinte, a banda lançava "Sister", clássico underground, talvez dos melhores da década que expunha ao mundo Lee Ranaldo e Thurston Moore, dupla infalível, fazendo lembrar Lou Reed e Jonh Cale pelas suas personalidades efusivas e ambos com ideais avant-garde, se bem que Kim Gordon também ganhara um grande culto de fãs.                                                                                                                                     
Uma das obras máximas do século XX.
Em 1988, lançavam "Daydream Nation, que continuando o extraordinário trabalho do álbum anterior, subia a fasquia, introduzindo letras extramente honestas e conscientes, e distorção alternada, naquele que é um dos melhores álbuns da década. Com Daydream Nation, chegava também o inicio da revolução Shoegaze...






"Heaven's End" (1987), embora seja considerado por alguns o primeiro álbum de Shoegaze, foram os My Bloody Valentine que criaram a marca inédita, que forçava-os a olhar para os sapatos ou talvez para os vários pedais no chão, mas o visual não era tudo. Os "Shoegazers" é verdade que distorciam (e muito) a guitarra ,mas havia qualquer coisa de diferente nos vocais, eles tão inebriantes e nebulosos.
 De 1985 a 1987, os MBV lançavam uma data de EP's, mas foi devido à saída de Conway e à chegada de Butcher que os MBV iria encontrar o seu tão enigmático som. Em 1988 "Isn't Anything" saia e era altamente festejado pela imprensa britânica, álbum que trazia o single "Feed me with your kiss", aquele que é o hino do Shoegaze. O álbum tornava-se num clássico, e a necessidade de um segundo álbum era urgente, mas a mentalidade perfecionista de Kevin Shields, levava a banda a adiar o álbum por meses, mas o álbum iria sair, a todos os custos, literalmente, porque a banda gastou alegadamente 500 milhões de libras, o que na altura punha o álbum como o mais caro de sempre.

Finalmente em 1991 "Loveless" via a luz do dia, tornando-se não só como o pináculo do Shoegaze, como um dos álbuns mais importantes do século. A imprensa britânica estava rendida, mas mesmo com aclamação critica, o álbum ficava muito aquém das expectativas financeiras, vendendo nem um quarto daquilo que foi gasto, levando a Creation à falência.
 A banda ia parar, e só em 2013 é que lançaria "MBV", visto por muitos como a derradeira obra de Kevin Shields...



Os anos 80 voltam com a última publicação...